Ansiedade toma conta dos estudantes a poucos dias do início do Enem
Primeira prova será no domingo (13.nov), com questões de Ciências Humanas e Redação; prova de Exatas é dia 20
"Está todo mundo com a ansiedade dando cambalhota." É, a carioca Carol Rua, de 18 anos, define assim o momento dela e dos colegas. São quase 3 milhões e 400 mil estudantes do ensino médio que, como ela, estão às portas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), avaliação considerada a principal entrada para o ensino superior no país. A primeira prova é no domingo (13.nov). A segunda etapa no dia 20.
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O exame é dividido em quatro áreas, distribuidas nos dois dias de provas. No primeiro, 45 questões de múltipla escolha das áreas: 1) Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e 2) Ciências Humanas e suas Tecnologias. Neste dia tem ainda redação, com tema revelado só na hora do exame. Não dá pra adivinhar qual tema será proposto, mas os especialistas costumam chegar perto. Têm boas chances assuntos ligados a covid-19, eleições no Brasil, a vida dos influenciadores digitais, por exemplo.
No segundo dia de prova, outros 45 testes. As áreas são 1) Ciências da Natureza, Linguagens, Códigos e suas tecnologias e 2) Matemática e suas Tecnologias.
À toda prova
São 45 questões para cada área de conhecimento, totalizando 180 perguntas objetivas nas duas fases do exame. Além de responder a essas questões, os candidatos também têm que escrever uma redação na modalidade especificamente definida para cada prova. E o tema do texto só é divulgado na hora. Não é à toa que, para muitos, senão todos os jovens, a redação roube o sono deles quanto mais próximo chega o Enem. E, claro, dependendo da carreira que pretenda seguir o candidato, a redação tem peso maior ou menor.
Alternativa correta
A Beatriz Veras, do Rio de Janeiro, quer cursar Psicologia. Redação, claro, é importante. Mas sabe que ela não está "no pavor", não? " A redação, para mim, é o menor dos problemas. É uma questão de treino e insistência, e aprender as competências também", garante ela. A Bia sabe o que diz. Já fez a prova da PUC neste ano e deu uma de "treineira" no Enem do ano passado. Além de tudo o que estudou ao longo do ano, ela tem um preparo mais "pessoal" com o qual pode contar. Moradora da comunidade da Rocinha, na capital fluminense, deposita no Enem a aposta num futuro de conquistas. Tem até uma... terapeuta! Isso mesmo. Começou por outros motivos mas... "hoje é quase 100% sobre o Enem e como ele vem me afetando", justifica ela. Lição de casa, ativar!
DNA de bom aluno
Olha como é diferente para o João Corado, também do Rio de Janeiro. "Ele não é super estudioso não, acho que puxou mais a mim", aponta a mãe do rapaz, Maria de Medicis, diretora artística. Ela quer dizer que o João não se debruça horas a fio sobre livros e cadernos, mas tem um "jeitão" todo dele de se dedicar. É dos caras que mais prestam atenção durante as aulas, garante Maria. Exatamente como ela, quando tinha a idade do filho. Mas ele está longe de ser displicente. No primeiro contato da nossa reportagem, ele estava num festival de rock, a poucos dias da primeira prova: mas só foi depois de a irmã e a mãe insistirem muito. E conseguirem ingressos. E conseguirem entrada VIP para ele e para o melhor amigo. "Aí eu tinha que ir, né"... Tinha mesmo, João. É que chega uma hora em que até os professores especializados no preparo dos meninos e meninas garantem: tem que parar, relaxar, descansar... e encarar. Bem de acordo com o que diz a Beatriz:
"Acho que é impossível se sentir 100% preparada porque a prova pode nos surpreender, né? Então tento não focar nesse sentimento, mas sim me tranquilizar sabendo que eu dei meu melhor"
Beatriz Veras
Fórmula pronta
Se desse pra encaixar tudo naquela fórmula mágica de cada equação, até que seria mais fácil. Mas não tem expressão cifrada pra tudo. Cada candidato reage à sua própria maneira a cada cenário, tipo de prova, disciplina, ao tempo e por aí vai. A riqueza da coisa, afinal, também está nessa diversidade. A Carol sempre fica meio cismada com as questões de Exatas. "Nunca tive facilidade em matemática, química e física, então fico ainda mais nervosa para o segundo dia", diz ela. Tem um exagerinho aí, com certeza. Basta ver as notas da prova que ela acaba de fazer na PUC-RJ: a terrível matemática, por exemplo, veio com um carimbo nota 7,0. Nada mau! E a redação: 8,0. Numa prova grande como essa, é fator que sem dúvida aumenta as chances para a candidata de Design e Artes que confidencia dar uma escapadinha: desenha croquis em todo tempinho que tem livre mesmo na escola.
Não dá erro
Claro que entra de tudo um pouco no preparo dos estudantes. Mas têm alguns elementos que realmente fazem a diferença. A confiança que consigam carregar para dentro dos locais de provas é um deles. E ela depende, muito, do suporte que eles recebem. A Beatriz faz a lista: recebe o apoio do namorado, das amigas, dos padrinhos... O João virou para a mãe e mandou direto: "Mãe, só quero estudar numa Federal. Só vou estudar numa Federal", radicalizou. Adivinha se a diretora de tantos artistas não assinou embaixo do desejo de sua obra prima de 18 anos! " A gente vive para essa molecada", se desmancha Maria de Medicis. A Carol também está no aconchego da família:
"Os meus pais, principalmente. Eles colocam zero pressão em cima de mim porque sabem que eu mesma já faço isso além da conta (risos)... E estão sempre buscando me colocar pra cima e me lembrar de que eu sou extremamente capaz e mereço isso"
Carol Rua
Ah, merece. Todos merecem. Boa prova!
Cuidados
Vale a pena ter atenção com alguns itens. Veja abaixo.
- Horários: abertura dos portões meio-dia. A organização aconselha fazer uma simulação nos aplicativos de deslocamento para calcular o tempo até o local de prova e não se atrasar.
- Portões fecham: 13 h
- Início das provas: 13h30
- Término das provas: 19 h
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