Covid desencadeou alta de 25% em casos de ansiedade e depressão, diz OMS
Grande parte do cenário é resultado do mercado de trabalho, onde muitos funcionários são sobrecarregados
Camila Stucaluc
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, informou, nesta 2ª feira (10.out), que a pandemia de covid-19 desencadeou um aumento de 25% no número de casos de ansiedade e depressão no mundo. Segundo ele, o cenário já desencadeia sérias consequências sociais e econômicas, uma vez que US$ 1 trilhão é gasto por ano com tratamentos.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Embora o assunto da saúde mental seja geralmente menos tabu do que há 10 anos, com CEOs, celebridades e estrelas do esporte cada vez mais se abrindo sobre suas próprias lutas com ansiedade e depressão, ainda há um longo caminho a percorrer, especialmente no que diz respeito à saúde mental grave, como problemas como a psicose", disse Adhanom.
No total, a OMS estima que um em cada seis adultos tem algum tipo de transtorno mental. Grande parte desse cenário, segundo a entidade, é resultado do mercado de trabalho, onde muitos funcionários são sobrecarregados. Um último balanço, por exemplo, aponta que cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente para depressão e ansiedade.
+ Brasil registra mais 482 novos casos de covid-19 em 24 horas
"Os direitos de saúde dos funcionários sempre foram desviados para o físico sobre o mental, mas existem disposições para os empregadores tomarem medidas para proteger e promover a saúde mental no trabalho e apoiar os trabalhadores com problemas de saúde mental", diz Adhanom. Para auxiliar no cenário, ele cita as diretrizes de saúde mental da OMS, lançadas em setembro, como treinamento de gestores e apoio aos empregados.