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Brasil

Letalidade policial no Rio é maior que a soma de outros 6 estados

Rio de Janeiro registrou 306 mortes em operações policiais; demais regiões somaram 281 vítimas

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policiais do Rio
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Duas famílias unidas pela mesma dor. Mãe e esposa de dois moradores de periferia: um, pintor de carros; o outro, vendedor de salgados. Raphael Luiz Motta e Igor Ibrahim de Souza, não se conheciam, mas entraram juntos para a alarmante estatística de vítimas da violência policial no Rio de Janeiro.

"Meu marido estava vivo, pedindo socorro. Não deixaram eu socorrer meu marido. Terminaram de matar meu marido na minha frente. Eu quero justiça!", desabafa a viúva de Igor.

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"Meu filho foi uma vítima inocente, vindo do trabalho. Quem sustentava a casa era meu filho. Eu quero justiça!", acrescenta a mãe de Raphael.

Segundo o relatório da Rede Observatório da Segurança, entre agosto do ano passado e julho deste ano, 306 pessoas foram mortas no Rio de Janeiro. O número é maior que a soma de outros 6 estados analisados - 281 vítimas.

O documento também analisou outros tipos de violência. Na Bahia, a agressão contra mulheres aumentou 47%. Com 13 casos, o Pernambuco é o estado onde mais morreram mulheres trans. O Ceará quase dobrou o número de chacinas, foram 21 ocorrências. São Paulo registrou um aumento de 15% nos casos de violência contra a criança e o adolescente; ao todo, foram 315 casos.

O levantamento foi feito por meio de registros em veículos de comunicação. Na maioria dos casos, as vítimas eram negras, tanto em confrontos com agentes do estado como em registros de violência doméstica.

Para os pesquisadores da organização, os dados comprovam o racismo estrutural no Brasil. "É uma política de segurança racista, que beneficia brancos e desestrutura e violenta negros. É um tipo de produção de segurança pública muito questionável. Será que a gente quer essa segurança que mata as pessoas, em vez de produzir tranquilidade e paz?", argumenta a coordenadora da Rede Observatório de Segurança, Silvia Ramos.

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