Conecta 5G: tecnologia com iluminação inteligente já alcança 30 cidades
Iniciativa da ABDI, ainda em implantação, conecta antenas de celular com 5G em postes de iluminação
Rafaela Vivas
O sistema de iluminação pública equipado com tecnologia de quinta geração (5G) de conectividade móvel, internet sem fio e câmeras de videomonitoramento, chega na próxima 6ª feira (14.out) a Campina Grande (PB). O segundo município mais populoso do estado paraibano, com 400 mil habitantes, é reconhecido como um polo tecnológico.
A iniciativa está em implantação em 30 cidades brasileiras e faz parte do programa Conecta 5G, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em parceria com o Ministério das Comunicações. A tecnologia é a solução que vai antecipar o acesso à rede 5G para municípios brasileiros.
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O presidente da ABDI, Igor Calvet, em entrevista ao SBT News, destacou que a ferramenta traz benefícios para a população e os municípios. "Nós teremos a luminária como uma plataforma de negócio e uma plataforma de serviços. Essa plataforma trará uma conexão com a segurança pública, com a educação, com a saúde, com o trânsito também nas cidades", explicou Calvet.
A luminária pública inteligente é a solução para os municípios que ainda não têm a infraestrutura adequada para receber a tecnologia 5G. A transmissão do sinal requer a instalação de, pelo menos, cinco vezes mais antenas em relação à quantidade utilizada pelo 4G. Para isso, as cidades precisam adequar suas legislações locais à Lei das Antenas (13116/2015), um processo que pode causar lentidão para o acesso à quinta geração móvel. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), até agora, apenas 209 dos 5.568 municípios brasileiros aprovaram regras que facilitam o licenciamento de novas antenas de celulares.
"Existe um debate muito grande no Brasil e a aplicação, por parte dos municípios, da Lei de Antenas, que é a maneira como nós devemos implementar as antenas 5G, que são em grande número muito mais do que no 4G. E nós descobrimos, com as legislações vigentes, que as luminárias são um mobiliário urbano capaz de carregar essas antenas 5G. E um mobiliário urbano democrático", avaliou o presidente da ABDI.
Parceria público-privada
A primeira fase do Conecta 5G prevê a realização de testes da tecnologia, com duração de 36 meses, que serão feitos nas faixas de frequência que não entraram no leilão de 5G da Anatel. Nessa etapa, a luminária oferecerá a rede 5G para conexões entre equipamentos urbanos, como semáforos inteligentes, e aplicações empresariais, com recursos da ABDI.
Após a fase de testes, a luminária inteligente poderá render receitas acessórias para os municípios. Com a criação de novos modelos de negócios que contribuam para o desenvolvimento regional. Igor Calvet sugere que os municípios poderão montar seu parque de iluminação pública por meio de recursos da contribuição municipal de iluminuação pública. E, inclusive, gerar receita acessória com o aluguel das luminárias para as operadoras de telefonia..
"No Brasil nós temos o que todos nós pagamos na nossa conta de energia, eu, você, a contribuição de iluminação pública, que é exatamente um funding [a captação de recursos para investimento] nosso, que pode ajudar e contribuir pra isso, pra modernização do parque de iluminação pública no país", afirma.
Estreia bem-sucedida
Curitiba (PR) foi a primeira capital brasileira a receber o projeto-piloto do Conecta 5G, em junho. Segundo o presidente da ABDI, a cidade foi eleita por ser destaque mundial quando o assunto é governança, inovação e tecnologia em cidades inteligentes.
"Nós inauguramos em Curitiba, que é, do ponto de vista das cidades inteligentes, uma capital e metrópole brasileira que reverbera muitas suas ações em termos de inovação para o mundo. E ainda temos mais dez cidades para instalar, de norte a sul, ao sul do país".
Com as antenas nos postes, o cidadão não terá acesso ao sinal 5G, mas poderá usufruir de uma internet de alta qualidade, a partir da rede wi-fi instalada também no equipamento.
De modo geral, a rede 5G vai habilitar tecnologias que terão impacto na economia e que vão melhorar a vida das pessoas, com serviços urbanos mais eficientes e melhores atendimentos em áreas como educação, telemedicina e segurança pública.
Confira à íntegra da entrevista do presidente da ABDI, Igor Calvet: