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PUC promove cerimônia em defesa da democracia nesta 5ª feira

Evento acontece 45 anos após invasão da universidade no período da ditadura

PUC promove cerimônia em defesa da democracia nesta 5ª feira
O evento 'PUC -- SP pela democracia -- 45 anos depois da invasão' nesta 5ª feira (22.set) | Reprodução/Portal PUC
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A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, conhecida como PUC-SP, realiza o evento "PUC - SP pela democracia - 45 anos depois da invasão", nesta 5ª feira (22.set), a partir das 9h. O evento tem o intuito de fortalecer a democracia e relembrar a invasão sofrida pela faculdade na época da ditadura militar. 

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Há 45 anos, a PUC era invadida por policiais militares, investigadores civis e tropas de choque chefiadas pelo então Secretário de Segurança Pública de São Paulo, o Coronel Erasmo Dias. A ação aconteceu após a descoberta de que aconteceria o III Encontro Nacional dos Estudantes (ENE), que tinha como objetivo a reorganização do grupo, proibido pelo governo ditatorial da época.

Às vésperas do evento, no dia 21 de setembro, com a descoberta do ato que era secreto e aconteceria no campus da PUC, o secretário de segurança bloqueou ruas e colocou tropas ao redor da universidade. Em discurso, o coronel afirmava:

"Ato público é proibido. Está tudo mundo preso"

O "falso " ato na Faculdade de Medicina foi uma das diversas cortinas de fumaça feitas pelos estudantes para tentar bloquear qualquer retaliação do estado. Mesmo assim, o real movimento que aconteceu em frente o Teatro da PUC, no dia 22 de setembro, foi cortado por uma violência extrema, com uso de tanques de guerra, cassetetes elétricos, bombas inflamáveis e agressões aos estudantes.

Com a violência, os alunos entraram no campus pensando que o local seria seguro. Os policiais, no entanto, invadiram a universidade, usaram a violência e retiraram alunos, funcionários e professores de salas e locais comuns. Relatos de testemunhas apontam para humilhação, violência e destruição do patrimônio.

No local, com um megafone o Coronel Dias anunciava uma triagem | Reprodução

Naquela noite, todos foram enfileirados no estacionamento da faculdade. No local, com um megafone, o Coronel Dias anunciou uma triagem com apresentação de documento e liberação daqueles que não teriam relação com a "infração" cometida. Informações do estudioso Renato Cancian afirmam que 514 alunos foram detidos, e encaminhados para o DOPS e para o Batalhão Tobias Aguiar.

Perguntado pelos jornalistas quantas pessoas poderiam ser presas, o Ernesto Dias respondeu subindo o tom: "Não sei quantas. Quantas estiverem aqui".

A ação truculenta será relembrada em um novo ato organizado pela PUC-SP em parceria com o Prerrô (Grupo Prerrogativas) e o Washington Brazil Office. O evento tem entrada livre e personalidades importantes, como a atriz Tuna Dwek e o jornalista Fernando Moraes, além de Rosalina Santa Cruz, professora da Faculdade de Serviço Social, membro da Comissão Verdade da PUC-SP e presa política durante a ditadura militar. 

No evento será lançado um manifesto de convocação por eleições livres, o fortalecimento da democracia e o respeito pelos resultados das urnas no Brasil. 

O ato vem no momento em que as eleições do Brasil são marcadas pela polarização, violência e fortes ataques às instituições democráticas do país. Além de manifestos civis em favor da democracia. É o caso da carta em favor da democracia divulgada pela Universidade de São Paulo (USP), que recebeu mais de 1,1 milhão de assinaturas.

*Estagiário sob supervisão de Cido Coelho

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