Amazônia perdeu 18 árvores por segundo em 2021, diz MapBiomas
Setor agropecuário foi o maior responsável pelo desmatamento no período, com 97,8% das atividades
Um levantamento do Map Biomas aponta que, em 2021, 18 árvores foram derrubadas por segundo na Amazônia. Os dados, divulgados nesta 2ª feira (18.jul), também mostram que o Brasil perdeu 189 hectares de vegetação nativa por hora, somando 16.557 km² destruídos no ano. O número é 20% maior em relação ao registrado em 2020 e representa 191 eventos de desmate por dia.
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O setor agropecuário foi o maior responsável pelo desmatamento no período, com 97,8% das atividades. Em seguida, aparecem o setor de garimpo (0,6%), expansão urbana (0,2%) e mineração (0,1%). Além disso, cerca de 77% da área desmatada está em imóveis rurais registrados no CAR (Cadastro Ambiental Rural). "Isso significa que em pelo menos três quartos dos desmatamentos é possível encontrar um responsável", afirma o relatório.
Apesar do número, as ações estão concentradas em apenas 0,9% dos 59,1 mil imóveis rurais cadastrados no último ano. Entre 2019 e 2021, por sua vez, o número de residências campestres que notificaram atividades de desmate foi de 2%.
A Amazônia foi a região que mais perdeu vegetação nativa em 2021, representando 59% do total desmatado. Em seguida, estão a região do Cerrado (30%), Caatinga (7%), Mata Atlântica (1,8%), Pantanal (1,7%) e Pampa (0.1%). Já em relação aos estados, o Pará lidera o ranking de derrubada de mata, com 409 mil hectares, seguido pelo Amazonas (194 mil), Mato Grosso (189 mil), Maranhão (167 mil) e Bahia (152 mil).
Conforme os dados, as terras indígenas foram a única categoria fundiária que não sofreu aumento do desmatamento. Os números mais expressivos foram registrados em áreas privadas (69,5%), 19,9% em áreas públicas, 5,3% em áreas protegidas e 3,6% em unidades de conservação.
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Como a grande maioria das atividades de desmate foram detectadas como ilegais, com base em autorizações e autuações fiscais, os autores do estudo chamam a atenção para a fiscalização nos estados. "Para resolver o problema da ilegalidade é necessário atacar a impunidade. O risco de ser penalizado e responsabilizado pela destruição ilegal da vegetação nativa precisa ser real e devidamente percebido pelos infratores ambientais."