Senador volta a defender aumento de pena para crime por motivo político
Movimento foi retomado após morte de militante do PT em Foz do Iguaçu, no Paraná
No último informe da secretaria de Segurança Pública do Paraná, divulgado nesta 5ª feira (14.jul), os responsáveis pela investigação disseram que, até agora, foram ouvidas dezoito pessoas no inquérito policial que investiga o homicídio do guarda municipal Marcelo Aloízio de Arruda, dentre testemunhas que estavam no local e familiares do guarda municipal e do policial penal federal -- acusado de matar o militante petista durante a festa de aniversário dele de 50 anos.
Para hoje (14.jul) não há oitivas agendadas. A análise das imagens foi concluída e a equipe de investigação se concentra em diligências complementares para esclarecer o crime, cometido no último domingo, dia 10 de julho.
Em entrevista ao SBT News, no programa "Agenda do Poder" com Larissa Arantes, nesta 5ª feira (14.jul), o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), explicou o projeto de lei que propõe o aumento da pena do crime de homicídio se o motivo for intolerância política ou partidária. Pelo projeto, a pena de prisão, que varia de 6 a 20 anos, passaria para de 12 a 30 anos.
A proposta surgiu após a morte de Marcelo Aloizio de Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, no Paraná. Os disparos foram feitos pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho. Nas redes sociais, ele se declara apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Guaranho -- que também foi baleado -- está hospitalizado. O estado de saúde dele é estável, segundo o boletim médico. O policial penal federal já foi atuado em flagrante pelo assassinato. Segundo a polícia, ele está sob custódia enquanto recebe cuidados médicos.
"A gente está vivendo um momento de tensão política, onde o clima se acirra muito e as pessoas perdem os limites da disputa de ideias e partem para as agressões físicas. O ocorrido no último domingo (10.jul) é algo muito triste. Não só ataca fortemente aquela família que perdeu seu ente, mas ataca de frente e de forma bem vigorosa a democracia, já que nós não podemos admitir que pessoas tenham receio de poder vestir as cores que defendem, as ideias que acreditam", afirmou o senador Alexandre Silveira.
Ainda segundo o parlamentar, o projeto visa "alterar o código penal e incluir a qualificadora do crime por intolerância política ou partidária ou qualquer outro tipo de divergência de opinião" e completa dizendo que "o Congresso Nacional tem o dever de sinalizar de forma clara para a toda a sociedade que não coaduna com qualquer tipo de violência", concluiu.