PT sai em defesa de vereador de Curitiba: "Cassação ilegal"
Renato Freitas teve o mandato cassado pela Câmara Municipal de Curitiba
Anderson Scardoelli
O Partido dos Trabalhadores saiu em defesa de um de seus filiados que teve o mandato cassado por colegas de Parlamento. Um dia após a Câmara Municipal de Curitiba aprovar a perda do mandato do vereador Renato Freitas, que em fevereiro havia liderado protesto dentro de uma igreja católica na capital paranaense, a direção estadual do PT chamou o processo de "ilegal".
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"O Partido dos Trabalhadores do Paraná manifesta seu total e irrestrito apoio e solidariedade ao vereador de Curitiba, Renato Freitas (PT), que nestes últimos dias foi alvo mais uma vez, de irregularidades, tendo seu mandato cassado na Câmara Municipal em uma sessão ilegal, que desrespeitou prazos, regimentos, e ritos da casa, evidenciando o caráter racista e inquisitorial de todo o processo", afirmou, em nota, a diretório do PT no Paraná.
No entendimento da legenda, Freitas não cometeu nada que configurasse como quebra de decoro, conforme entendeu a maioria da Câmara curitibana. Para a sigla partidária, o vereador foi condenado por apenas "entrar na Igreja do Rosário" para se manifestar contra o racismo. Nesse sentido, o comando petista do Paraná lamenta a decisão pelo fato de se tratar de um político negro "importante e representativo".
"Primeiro representante legítimo da periferia para uma vaga num lugar que deveria ser seu espaço por direito."
O PT, por fim, sinalizou que trabalhará para que o mandato de Freitas seja reestabelecido. Para isso, buscará o Poder Judiciário. "O Partido dos Trabalhadores continuará lutando na Justiça e nas ruas, com toda sua energia para que este mandato tão importante e representativo para a classe trabalhadora e o povo negro desta cidade seja respeitado, assim como o voto daqueles que elegeram o primeiro representante legítimo da periferia para uma vaga num lugar que deveria ser seu espaço por direito."
Renato Freitas se posiciona
Com o resultado da votação na Câmara Municipal de Curitiba, Renato Freitas criticou o presidente da Casa legislativa, Tico Kuzma (Pros). Na visão do petista, o processo que culminou na cassação de seu mandato foi guiado de "maneira precipitada e irregular". O político ainda compartilhou mensagem de seu advogado no caso.
"[Podemos] sujeitar o presidente da Câmara a consequências de improbidade administrativa, abuso de autoridade e violação de prerrogativas da advocacia", afirmou o advogado Guilherme Gonçalves.
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