Corregedoria abre investigação contra Camilo Cristófaro por fala racista
"Não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?", disse o vereador paulistano durante uma sessão
A Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo avançou em ação contra o vereador Camilo Cristófaro (Avante). Na tarde desta 5ª feira (19.mai), o órgão deu início ao processo de investigação que pode culminar na cassação do mandato. A instauração se deu por seis votos a zero, em decorrência de fala racista dita pelo político durante uma sessão da Casa no início do mês.
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"Não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?" foi a frase dita por Cristófaro. Após a divulgação do conteúdo, ele gravou vídeo pedindo desculpas e classificou a declaração como "brincadeira infeliz". Ao lado de assessores negros, o parlamentar paulistano garantiu não ser racista. A postura, contudo, não convenceu os colegas. Na votação, fora os seis votos favoráveis ao início do processo de investigação, apenas o corregedor-geral da Casa, Gilberto Nascimento Júnior (PSC), absteve-se.
Na corregedoria da Câmara, o processo contra Cristófaro teve a vereadora Elaine Mineiro (PSOL) como relatora. Em seu parecer, ela indicou que o colega no Legislativo da maior cidade do país deve ser punido com a suspensão do mandato ou até mesmo com a cassação.
"Que seja considerada a frase como quebra de decoro parlamentar, portanto, que o parlamentar tenha o seu mandato cassado ou suspenso", afirmou a vereadora, conforme apresentado em trecho do relatório. Para ela, a frase de Cristófaro vai contra a dignidade da população negra.
Com o trabalho realizado pela corregedoria, o processo contra Cristófaro será encaminhado ao plenário da Câmara Municipal de São Paulo. Se o relatório for aprovado, o vereador terá de apresentar defesa. Posteriormente, o caso será mais uma vez analisado pela corregedoria e pelo plenário. Para a cassação ser aprovada, é necessário 37 dos 55 votos possíveis.
Troca de partido
Um dia após a divulgação da frase, o PSB, partido ao qual Camilo Cristófaro estava filiado havia anos, anunciou a desfiliação do vereador paulistano. Ele, no entanto, não ficou sem legenda por muito tempo. Investigado pela fala de cunho considerado racista pela própria Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo, o político passou a integrar os quadros do Avante, conforme indica o site oficial da Casa.
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