Vídeo flagra militares colocando corpo de policial dentro de van
A imagem traz, pelo menos, três homens da Marinha imobilizando o policial civil
Giselle Cabral
O corpo do policial civil Renato Couto Mendonça, de 41 anos, foi enterrado, nesta terça-feira (17.mai), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele foi sequestrado e morto por três militares da Marinha, depois de uma discussão em um ferro-velho, na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio, na última sexta-feira (13.mai). Um cabo, dois sargentos e o pai de um deles foram presos pelo crime. Após ser baleado, Renato foi colocado dentro de uma van descaracterizada da Marinha do Brasil.
Um vídeo mostra o momento em que Renato é imobilizado e colocado no veículo, em frente a agência do INSS da Praça da Bandeira. A imagem mostra, pelo menos, três homens imobilizando o policial civil. Eles lutam pra colocar a vítima no veículo. A vítima chega a receber uma espécie de chave de braço. Um pouco depois, todo o grupo entra no carro e deixa o local rapidamente.
O homem que dirigiu a van foi Manoel Vitor da Silva Soares, de 32 anos. Em um vídeo, feito pela polícia, o sargento conta como tudo ocorreu e diz que pensou em se jogar no rio também. Ele conta: "Naquele momento ali, para ser sincero, eu pensei duas vezes em me jogar na água porque eu sabia que ia dar merda. Na hora que ele falou que era 'colega', eu sabia que o cara não era um civil, não era um ladrão", disse Manoel para os policiais.
Na segunda-feira (16.mai), a polícia fez uma inspeção no ferro-velho onde houve a discussão e encontrou um caminhão de cor cinza, ano 1987. Os agentes vão investigar se o veículo era usado pelo estabelecimento para não levantar suspeita durante as práticas das atividades ilegais. A justiça do Rio converteu para prisão preventiva dos quatro responsáveis pelo sequestro e morte do policial civil. No despacho do juiz, ainda consta que Renato chegou a pedir para ser levado a um hospital.
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