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Brasil

Prefeitura de São Bernardo vê desrespeito da Toyota ao fechar fábrica

Montadora japonesa vai concentrar todas as atividades em Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz

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O anúncio de que a Toyota vai fechar a fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, caiu como uma bomba para os trabalhadores, mesmo com a empresa garantindo que não haverá demissões. A prefeitura da cidade fala em desrespeito.

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A transferência será feita aos poucos. Até o fim de 2023, a montadora japonesa já quer estar com todas as atividades concentradas nas fábricas de Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz, no interior paulista. Segundo a Toyota, a decisão busca mais sustentabilidade dos negócios no país.

Mesmo já não produzindo veículos em São Bernardo do Campo, o comunicado pegou muita gente de surpresa, inclusive o prefeito da cidade, Orlando Morando (PSDB), que recebeu a notícia com indignação. 

"A única pauta que a Toyota trouxe para o município de São Bernardo do Campo era uma solicitação de apoio para ter um benefício fiscal para produzir um veículo elétrico na cidade. Em nenhum momento a Toyota ventilou a possibilidade de deixar a cidade. Eu considero não a mim, mas a população de São Bernardo do Campo um profundo desrespeito", disse Orlando Morando.

Há 60 anos na cidade, a Toyota garantiu que todos os empregados que hoje trabalham em São Bernardo do Campo - cerca de 550 pessoas -  terão seus cargos mantidos se aceitarem mudar para as fábricas do interior do estado, o que se torna inviável para muitas famílias.

Nesta 4ª feira (6.abr), a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos tiveram uma reunião, mas o resultado não foi animador. "Essa proposta que ela diz que está levando aos trabalhadores de São Bernardo do Campo pra Sorocaba são mais de duas horas. Ela não vai comprar casa pra trabalhador lá, ela não vai colocar filho em escola, ela não vai fazer isso, nós sabemos e os trabalhadores sabem disso", afirma o presidente do sindicato, Moisés Selerges.

Pouco antes da pandemia, em 2019, outra montadora, a Ford, decidiu fechar a fábrica na cidade. Também nesta semana a Mercedes-Benz confirmou que dará férias coletivas para quase os seis mil funcionários, cinco mil em São Bernardo e 600 em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Para o economista Ricardo Balistiero, do Instituto Mauá de Tecnologia, é necessário que a região do Grande ABC repense a sua estratégia do ponto de vista industrial: "reunir todos os atores envolvidos no processo para que se busque uma solução para que pense o Grande ABC para as próximas décadas, discutir de que forma, não uma cidade, mas uma região do Grande ABC possa se transformar num polo tecnológico ou mesmo quais são as vantagens de modernizar o parque industrial".

Em nota, a montadora afirma que está "seguindo sua filosofia de manter o diálogo aberto e respeitoso com todos os agentes da sociedade".

Confira a nota da Toyota na íntegra:

A Toyota do Brasil informa que teve uma reunião com o Sindicato dos Metalúrgicos hoje, dia 06 de abril, no início da tarde, seguindo sua filosofia de manter o diálogo aberto e respeitoso com todos os agentes da sociedade.

Nessa conversa, a empresa reiterou sua decisão de transferir sua operação industrial de São Bernardo do Campo para as cidades onde já atua ? Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz ? no interior do Estado de São Paulo, buscando mais sinergia entre suas unidades produtivas, com vistas a aumentar sua competitividade frente aos desafios do mercado brasileiro e da sustentabilidade de seus negócios no País.

Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, voltou a garantir que "o movimento prevê a manutenção de 100% dos empregos dos colaboradores que hoje trabalham na operação do ABC Paulista, inclusive com suporte à mudança, além de outros benefícios".

A empresa ratifica sua disposição para negociar este processo de transferência com o sindicato.

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