Fenômeno La Niña deve aumentar número de descargas elétricas neste verão

O Brasil é o país com maior incidência de raios do mundo. O fenômeno La Niña deve aumentar em 10% o número de descargas elétricas neste verão.

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Em Guaratuba, litoral do Paraná, um salva-vidas sobreviveu. "A visão ficou turva, eu saltei da cadeira e minhas pernas ficaram enrijecidas, né?", conta o bombeiro militar, William Mariano. Mesmo após a queda do raio, o profissional conseguiu socorrer o colega, que teve uma parada cardiorrespiratória. "Fiquei três dias em coma induzido, no total fiquei cinco dias na UTI. Por conta da descarga elétrica, eu perdi toda a musculatura do corpo, mal conseguia ficar em pé", relembra o bombeiro militar, Rodrigo Kuniski.  

Os raios matam em média 100 pessoas por ano no Brasil e ferem outras 300. O risco de acidentes com raios é maior no verão, por dois motivos: chove mais, o que aumenta a hipótese de descargas elétricas, e a exposição das pessoas em locais abertos, mais intensa. Na temporada de férias muita gente procura as praias para se divertir. 

O fisioterapeuta João Victor Mendes ficou impressionado com a quantidade de raios caindo no mar de Santos, que resolveu gravar. "O mais curioso de tudo é que mesmo com os raios caindo próximos à praia, os banhistas continuavam ali na água, continuavam caminhando na beirada da água, muitos continuavam sentados", afirma.

Segundo o coordenador de eletricidade atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Osmar Pinto Jr., a previsão é de alta nas descargas elétricas. "Quando a gente olha o Brasil como um todo, a tendência é que anos de La Niña é haver mais incidência de raios, o ano que nós estamos passando agora esse verão de 2022", afirma o pesquisador.