Auxílio Brasil traz alívio para consumidor, diz especialista
Segundo cientista político Cristiano Noronha, benefício pode melhorar avaliação do governo
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Os R$ 400 no bolso dos brasileiros beneficiados pelo Auxílio Brasil podem fazer a diferença nas urnas eletrônicas em 2022. O benefício que teve o valor alterado de R$ 217 para R$ 408,84 começou a ser pago nesta 6ª feira (10.dez), garantido por meio de Medida Provisória editada na última 3ª feira (7.dez). De acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 14,52 milhões de pessoas vão receber a quantia, diferente do número prometido pelo governo de 17 milhões de beneficiários.
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Em entrevista ao Agenda do Poder, programa diário do SBT News, o cientista político Cristiano Noronha afirmou que o Auxílio Brasil pode melhorar a imagem do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). "O início desse pagamento gera um efeito positivo na popularidade do presidente sem dúvida nenhuma. Chegando a 400 reais, pode haver melhora dos índices de avaliação do governo e do presidente Jair Bolsonaro", destaca. Segundo pesquisa Genial/Quaest de dezembro, caiu de 56% para 50% o número de pessoas que avaliam negativamente o governo Bolsonaro. Já a avaliação positiva cresceu de 19% para 21%. Somente no Nordeste a rejeição subiu de 60% para 61%.
No entanto, de acordo com o especialista, outros temas ainda podem impactar a avaliação do eleitorado. "Se houver a persistência da inflação e o contínuo reajustes dos preços dos combustíveis pode trazer repercussão negativa da popularidade do presidente da República". Questionado sobre quais eleitores podem mudar o voto ou avaliar positivamente o atual presidente da República, o cientista político diz que são os do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em detrimento dos eleitores do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro.
"Pelo perfil do eleitorado, acredito que isso acaba prejudicando mais o ex-presidente Lula, que tem uma popularidade maior nas regiões Norte e Nordeste. Essas duas regiões têm o maior número de beneficiários do programa, vão receber o dobro do que recebem hoje. Sem dúvidas, isso impacta mais para o ex-presidente Lula, do que o ex-juiz Sérgio Moro. Perfil do eleitor de Moro é de um poder de renda mais alto e mais escolarizado. Ele pode vir a crescer nas pesquisas de opinião nesse segmento e não no segmento da faixa de eleitorado de renda mais baixa", diz.
Noronha ainda destaca que mesmo com mais de 600 mil mortos pela covid-19 no país, a inflação que atingiu os dois dígitos e o alto preço dos combustíveis a avaliação de Bolsonaro atingiu o piso, que ainda é alto. "Na minha avaliação, é muito pouco provável que ele caia de forma considerável nas pesquisas e acabe perdendo voto. O presidente Jair Bolsonaro preserva cerca de 30% do eleitorado brasileiro, ou seja, a não ser que algo muito grave aconteça, ele perderia votos para o ex-juiz Sérgio Moro", explica.
Sobre a possibilidade de uma terceira via, Noronha ressalta que há 40% do eleitorado brasilerio que é o eleitor nem nem, nem Lula, nem Bolsonaro, e é esse eleitor que candidatos da terceira via vão concentrar a busca por votos. "Esse eleitor que o ex-juiz Sérgio Moro pode atrair, que a terceira via quer conquistar. Lula tem cerca de 30% e Bolsonaro também 30% no primeiro turno. Se alguém da terceira via consegue esses 40% do eleitorado, que são os nem nem, nem Lula, nem Bolsonaro, Moro ou outro candidato pode furar esse bloqueio dos dois candidatos e acabar indo para o segundo turno. Candidato da terceira via tem que olhar para o eleitorado de centro, eleitorado nem nem. Nesse momento, aparentemente, ex-ministro Sérgio Moro é o que mostra mais viabilidade e é o candidato com mais chance e força da 3ª via", diz.
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