Menores humilhados enquanto vendiam empanadas são separados dos pais
Filhos de casal argentino foram encaminhados para abrigo no litoral de SP após denúncia de exploração e trabalho infantil
Primeiro Impacto
Os quatro menores que foram humilhados enquanto vendiam empanadas em Santos, litoral de São Paulo, foram separados dos pais e encaminhados para um abrigo mantido pela Secretaria de Assistência Social de Praia Grande, município vizinho.
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A decisão é baseada em uma medida judicial após denúncias de exploração e trabalho infantil. Pai e mãe, que são argentinos, contestaram a ação. Os menores foram humilhados por um grupo de jovens que estavam próximos a um bar. O relato foi divulgado nas redes sociais e viralizou. Com a situação, uma campanha arrecadou cerca de R$ 115 mil para a família.
Os filhos mais velhos têm 14 e 16 anos e ajudavam a sustentar a casa ? o mais novo teria sofrido uma agressão dentro do abrigo, segundo o advogado da família. Maria Belém e Edgardo Homero são chefe de cozinha e comerciante, respectivamente. Segundo a mulher, "vinte viaturas, com um monte de pessoas" invadiram a residência da família e não deixaram os filhos tomarem o café da manhã.
De acordo com o advogado dos argentinos, o casal não foi informado sobre eventuais medidas a respeito de trabalho infantil no Brasil e que, por conta das dificuldades impostas pela pandemia de coronavírus, os filhos ajudavam na venda de empanadas, comida típica argentina. O pai, revoltado com a decisão considerada "arbitrária", afirmou uma conversa seria necessária "para ver se, realmente, tudo isso [o trabalho] estava prejudicando eles ou não".
O defensor considerou que "não houve acompanhamento do Conselho Tutelar" e que "teriam chamado os pais se houvesse essa preocupação em proteger as crianças". Além dos garotos de 14 e 16 anos, um irmão de oito anos e uma menina de quatro anos estão no abrigo desde 12 de novembro. Sobre a agressão que o menino de 14 sofreu, o advogado afirmou que vai entrar com uma ação de responsabilização cível contra a prefeitura de Praia Grande.
Na decisão da juíza Natália Cristina Torres Antonio, as crianças viviam em situações insalubres, mas pediu à Delegacia da Mulher esclarecimentos sobre as medidas adotadas pela polícia no dia do cumprimento da medida. Depoimentos de todos os envolvidos no caso foram solicitados.
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