Governador do Rio de Janeiro se pronuncia sobre chacina em São Gonçalo
Todos os corpos tinham feridas compatíveis com tiros de fuzil
Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, se pronunciou pela primeira vez sobre a chacina no Complexo do Salgueiro, que deixou nove mortos no último fim de semana.
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"Não apoiamos erros e, se alguém errou, será punido, mas aqui ninguém é criança. Sabemos que ninguém vai camuflado para um mangue com a intenção de trocar tiros de air soft com policiais. Se o sujeito foi lá, não foi para fazer coisa boa no local", afirmou o governador.
Ao todo, 75 policias do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) participaram da ação no Complexo do Salgueiro -- segundo um relatório interno da Polícia Militar, que afirma ainda, que a operação tinha como objetivo identificar e prender os responsáveis pela morte de um sargento.
Laudos do IML indicaram que a maioria dos nove mortos na comunidade usava roupas camufladas. Todos os corpos tinham feridas compatíveis com tiros de fuzil. Foram identificadas, pelo menos, 46 perfurações. Só Kauã Gonçalves Miranda, de 17 anos, foi atingido nove vezes.
"O que chama a atenção é o numero elevado de disparos. Não é um único atirador, então são vários que miraram nas mesmas pessoas", afirma Nelson Massini, perito criminal.
A urgência em oferecer mais segurança para os moradores de favelas no Rio durante operações policiais entrou em discussão na mais alta corte do país durante a pandemia. Mesmo com a flexibilização das medidas de isolamento social, especialistas defendem que as regras e restrições definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesses casos deveriam ser aplicadas em todo o país.
"Elas têm que ser melhor ajustadas, é necessário que sejam estruturadas e com papel muito forte da inteligência e com adesao da sociedade", diz Oswaldo Munteal, professor da UERJ.