Frente Parlamentar anuncia "blitz" para fiscalizar Enem
Em 2ª edição, ação contará com canal para receber denúncias e monitorar redes sociais
A Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME), em parceria com a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), anunciou nesta 5ª feira (18.nov) a 2ª edição da "Blitz do Enem" para fiscalizar a aplicação da prova.
A ação contará com canal para receber denúncias, articulação com instituições, e monitoramento de redes sociais e notícias para checar intercorrências. Participarão parlamentares, organizações da sociedade civil e representantes dos servidores do Inep, que irão acompanhar, em tempo real e on-line, os dias da realização do exame. Estão confirmados o professor e deputado Israel Batista (PV-DF), presidente da Frente, e o coordenador da Comissão de Ensino Médio e Ensino Técnico e Profissional, Idilvan Alencar (PDT-CE).
O Enem, tanto na versão impressa, quanto na versão digital, será aplicado em 21 e 28 de novembro. Para enviar denúncias, os estudantes poderão usar a hashtag #EnemNaFrente nas redes sociais, ou encaminhar pelo WhatsApp (61 98132-8640) ou e-mail contato@frentedaeducacao.com.br.
Em entrevista coletiva nesta 5ª feira, Israel Batista destacou a preocupação com o cenário atual de crise no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). "Tudo isso coloca a prova em xeque. Não é que a gente não queira que a prova aconteça, porque o Enem é um dos principais mecanismos de acesso ao Ensino Superior no país, queremos garantir a organização", disse.
Nas últimas semanas, cerca de 37 servidores deixaram o Inep. Em comunicado divulgado pela Associação dos Servidores do Inep (Assinep), os trabalhadores listaram uma série de denúncias e afirmaram ter passado por "assédio moral, desmonte nas diretorias, sobrecarga de trabalho e de funções".
Os profissionais criticaram ainda os canais de comunicação do Instituto, alegando que foram utilizados para "autopromoção da Presidência". Danilo Dupas foi convidado a participar de audiência no Senado para esclarecer as denúncias, mas negou que as demissões sejam motivadas por seu comportamento.
Na última 2ª feira (15.nov), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o Enem está com "a cara do governo". Depois da declaração, tem se levado dúvidas sobre uma possível interferência do governo nas questões da prova. Tanto o mandatário, quanto o ministro da Educação Milton Ribeiro, no entanto, negaram.