Mapa da desigualdade: ricos vivem até 22 anos a mais que pobres em SP
Estudo aponta diferenças sociais na capital São Paulo; bairros pobres também lidam com mais violência
SBT News
Maior expectativa de vida, mais violência e até diferenças na forma do tratamento de policiais. Esses são alguns dos pontos divulgados na nova edição da pesquisa Mapa da Desigualdade nesta 5ª feira (21.out). O estudo também aponta que moradores de bairros nobres da capital paulista podem viver até 22 anos a mais dos que moram em áreas periféricas.
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A diferença de mais de duas décadas foi percebida entre quem mora na Cidade Tiradentes, onde se vive em média 58 anos, e moradores de Alto de Pinheiros, bairro nobre da capital paulista onde a média de vida sobe para 80 anos. A expectativa geral da cidade de São Paulo é de 68 anos.
Quem vive na periferia também lida mais com a violência. Caso da representante comercial Érika Fernandes, que foi assassinada aos 34 anos com sete facadas pelo marido. "No dia do velório e do enterro dela, nós tivemos o relato de uma amiga dizendo que ela, em um dia de trabalho, chegou com hematomas no braço", disse ao SBT a irmã da vítima de feminicídio, Aline Fernades.
O estudo também analisou, pela primeira vez, os índices de agressões e mortes decorrentes de intervenção policial. Esses tipos de crime são percebidos principalmente no centro da capital paulista e na periferia. Enquanto em bairros com população mais rica, não foram registrados casos: "Há muitas mortes de jovens, sobretudo negros, em muitos bairros da cidade de São Paulo", explica o coordenador da rede Nossa São Paulo, João Abrahão.
"Dentro desse dado está a desigualdade de habitação, saúde, educação, violência. E a gente consegue enxergar um pouco a distância que a gente tem entre dois distritos da mesma cidade, que é a mais rica do Brasil", explica o coordenador.