Polícia investiga racismo e apologia ao nazismo durante briga no RS
Confusão ocorreu na Câmara de Vereadores de Porto Alegre durante debate sobre 'passaporte da vacina'
Israel Fritsch
Porto Alegre -- A polícia gaúcha abriu dois inquéritos para investigar a pancadaria na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na sessão de 4ª feira (20.out), em função da obrigatoriedade do passaporte vacinal no Rio Grande do Sul.
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Um dos inquéritos apura se houve crime de racismo contra a vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB). Durante a confusão, uma manifestante chamou integrantes da bancada negra de "lixo" e disse que a parlamentar era empregada dela. "Ela faz um sinal, ela toca na pele", disse a vereadora, o que configuraria racismo, segundo ela. A mulher ainda não foi identificada.
O caso será investigado pela Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre, que também vai averiguar apologia ao nazismo. Na mesma manifestação, que teve pancadaria, integrantes do grupo contrário ao passaporte da vacina usaram a imagem de uma suástica para comparar a obrigatoriedade do comprovante de vacinação a uma atitude nazista.
Segundo a vereadora Fernanda Barth (PRTB), também contrária ao passaporte, a suástica foi usada como crítica. "Confundir apologia com a crítica que está sendo feita é denunciação caluniosa, é má-fé", afirmou.
A polícia também identificou, entre os manifestantes presentes na sessão, um homem investigado por simular o enforcamento de um negro e que vestiu roupas semelhantes às de um grupo supremacista branco norte-americano, em ato a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ocorrido em abril, em Porto Alegre.
"As pessoas não têm tido mais receio nem medo de expor algumas opiniões", avaliou a delegada Andréa Mattos.