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Negociações regionais do Centrão freiam apoio a presidenciáveis

Principais partidos evitam sinalizar apoio a algum candidato e buscam ampliar cadeiras no Congresso

Negociações regionais do Centrão freiam apoio a presidenciáveis
Plenario da Câmara
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De olho nas eleições de 2022, principais partidos do Centrão se mobilizam para eleger o maior número de parlamentares e governadores no ano que vem, sem sinalizar apoio a algum dos pré-candidatos à Presidência da República. Sem a tradição de lançar um cabeça de chapa, as siglas trabalham para conciliar as articulações regionais com o cenário nacional, a fim de ampliar suas bancadas e estarem inseridos, novamente, no governo do próximo chefe do Palácio do Planalto.

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O cálculo é simples: com o maior número de deputados eleitos, o fundo partidário e eleitoral, além do tempo de propaganda de rádio e televisão, aumentam consideravelmente para a legislatura de 2023 a 2026. Há, ainda, a articulação de caciques políticos para emplacar um nome de aliados à Presidência da Câmara, que terá o poder de definir a pauta legislativa, negociar matérias com o próximo governo e autonomia para decidir sobre pedidos de impeachment.  

Segundo o cientista político André Luís, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), é devido a essa organização que legendas do Centrão estão inseridas nos governos, mesmo sem um postulante ao maior cargo da Esplanada dos Ministério -- característica que se mantém, de acordo com o especialista, desde a Constituinte. 

Como é o caso do cenário atual, explica André Luís, em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conseguiu formar uma base aliada na Casa após fazer nomeações e pagar emendas em troca de apoio. "O Centrão cumpre esse papel. Não participa efetivamente do governo, não declara apoio público. Isso tem ligação com as relações regionais, do eleitorado, que precisam se enquadrar também ao cenário nacional. Por isso o apoio desses partidos se comporta como uma espécie de pêndulo", exemplificou. 

Na prática, o que ocorre é que, por mais que hajam parlamentares que apoiem o atual governo, há um perfil ideológico de seus eleitores que nem sempre é convergente. Por isso, explicou André Luís, essa base é flutuante e não garante, necessariamente, apoio integral à reeleição de Bolsonaro em 2022. 

"É muito relativo o caso do Centrão. As composições regionais têm um apelo eleitoral mais forte e que não necessariamente são ligadas ao bolsonarismo ou à esquerda. A decisão vai ser muito regional, ou seja, a região que vai definir", arrematou.

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