Mulheres indígenas fazem marcha em Brasília pelo marco temporal
Grupo faz ato na praça que homenageia o índio Galdinho, queimado vivo por jovens em 1997
O trânsito em uma das principais vias de Brasília, a W-3 Sul, ficou parado na manhã desta 6ª feira (10.set) para a Marcha das Mulheres Indígenas. O grupo - que acompanha o julgamento do marco temporal no Supremo Tribunal Federal - organizou um ato na praça onde o índio Galdino foi queimado ao vivo por 5 adolescentes em 1997.
Ontem (9.set), o ministro Edson Fachin do STF deu voto favorável aos indígenas. O julgamento será retomado na Corte na próxima 4ª feira (15.set).
Para as mulheres indígenas , a demarcação dos territórios é uma garantia, também, de segurança para os corpos das mulheres, como sustentou Samara Pataxó, assessora jurídica da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
"Esse julgamento, com repercussão geral, que, para além de definir uma tese que irá definir o futuro das demarcações de nossas terras, também decidirá sobre o futuro de nossas vidas e da nossa continuidade existencial enquanto povos originários desse país. Pois não há como falar de terras, construir uma tese sobre terras indígenas, sem considerar a vida dos povos indígenas, e não há como falar de vida, sem a proteção dos nossos territórios", afirmou.