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"Somos nós contra eles", diz Onyx em encontro de conservadores

Ministro do trabalho de Bolsonaro deu o tom do que será o discurso de reeleição em 2022

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ministro Onyx Lorenzoni no CPAC Brasil em SP
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Ministro do trabalho do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Onyx Lorenzoni declarou a uma plateia de apoiadores do presidente da República "somos nós contra eles". O trecho faz parte de um discurso no CPAC, considerado maior evento conservador do mundo, realizado nesta 6ª feira(3.set), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães,em Brasília.

O ministro defendeu as acusações de negacionismo dirigidas ao presidente, em relação à gestão da pandemia. Alegou que o país está entre os que mas vacinam no mundo e que todos os imunizantes aplicados atualmente foram comprados pelo governo federal. Mas não afirmou que o presidente duvidava da eficácia das vacinas e se manifestava contrário às compras internacionais de imunizantes, enquanto defendia o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

Onyx também destacou o discurso do presidente contrário ao distanciamento social e ao lockdown, para que não prejudicasse a economia e preservasse empregos informais. Entretanto, não falou que as medidas foram adotadas em diversas partes do mundo e que evitaram maior número de mortos, como na China, país apontado como o de origem do vírus e que teve menos vítimas fatais que o Brasil, apesar de uma população seis vezes maior.

As falas de Onyx acontecem dias antes das manifestações pró-governo, marcadas para o feriado da independência. O conteúdo é considerado uma prévia das bandeiras que serão levantadas nos atos e também que servirão como base do discurso eleitoral de 2022, já que o ministro do trabalho atuou como coordenador de campanha em 2018.

Liberdade de expressão

Apesar da defesa da atuação do presidente diante da crise sanitária, o evento tem como lema principal "liberdade não se ganha, se conquista". É uma referência a decisões consideras arbitrárias, pelos bolsonaristas, tomadas pelo Supremo Tribunal Federal. Um dos exemplos foi a prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson, após a divulgação de vídeos em que ele incitava um golpe de Estado.

A prisão foi determinada pelo STF em uma decisão de ofício, sem passar pelo Ministério Público Federal. A alegação foi de risco às instituições, o que acabou motivando também a retirada dos conteúdos de plataformas como Facebook, Instagram e Facebook. Para que apoiadores do presidente possam propagar conteúdos considerados anti-democráticos e com informações sem procedência, o evento também foi apoiado e fez propaganda de redes sociais como Parler e GetTR, conhecidas pela falta de moderação das postagens publicadas pelos seus usuários. 

O CEO de uma delas, Donald Trump Júnior, filho do ex-presidente dos Estados Unidos, é um dos palestrantes principais do evento, cuja versão brasileira é inspirada no encontro de conservadores daquele país. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, é um dos organizadores do evento, que continua em Brasília até este sábado (4.set).

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