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Brasil

PF prende 3 suspeitos de importação de agrotóxicos ilegais no Paraná

Empresa atuava desde 2015 e foi responsável pelo transporte clandestino de toneladas do produto

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Empresa cobrava, em média, R$ 2 milhões por uma tonelada dos defensivos agrícolas | Reprodução/PF
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Na manhã desta 3ª feira (31.ago), a Polícia Federal realizou a operação Ruta Negra, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa que agia na cidade de Santa Terezinha de Itaipu, no Paraná, responsável pela importação, comercialização e transporte de produtos agrícolas ilegais.

No total, foram cumpridos 23 mandados judiciais, sendo 20 de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois de prisão temporária. A ação, que envolveu 80 policiais, abrangeu os municípios de Santa Terezinha de Itaipu, Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Ubiratã, Irati e Lucas do Rio Verde. Três pessoas foram presas, além da apreensão de dinheiro, veículos, embarcações e imóveis -- supostamente obtidos em razão das práticas criminosas.

Segundo os agentes, a investigação teve início em 2019 a partir de apreensões de cargas ilegais de agrotóxicos vindas do Paraguai, que apontou para a décima prisão em flagrante pelo mesmo motivo da mesma empresa. Apenas nas ocorrências registradas, foram apreendidas aproximadamente 1,8 toneladas de agrotóxicos ilegais, no valor de cerca de R$ 3,6 milhões, além de três veículos furtados recuperados.

A apuração apontou ainda que a empresa, denominada ORCRIM, atuava pelo menos desde o ano de 2015 e supostamente foi responsável pela importação clandestina de dezenas de toneladas de defensivos agrícolas sem registro nos órgãos competentes, a maior parte de origem chinesa.

Todas as importações ocorriam por meio do lago de Itaipu, em pequenas embarcações, que utilizavam portos clandestinos da região. Em seguida, os agrotóxicos eram armazenados em entrepostos situados em Santa Terezinha de Itaipu e Ubiratã até serem comercializados nos estados do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia, Amazonas e Pará. Já no transporte rodoviário, a ORCRIM atuava em comboio de três a cinco veículos.

Há indícios ainda de que a empresa contava com auxílio de funcionário de uma agência bancária em Foz do Iguaçu para abertura de contas com documentos falsos e para movimentação de dinheiro ilegal obtido pelo grupo.

Por se tratar de produtos tóxicos que podem causar danos ambientais e à saúde humana, sua importação é regulamentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 

Os investigados podem responder pelos crimes de importação e transporte de agrotóxicos ilegais, receptação qualificada, adulteração de sinal identificador de veículo (adulteração de placas), falsificação de documentos e organização criminosa. Se condenados, podem receber penas de até 35 anos de prisão.

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