Brasil tem Dia Nacional do Reggae em homenagem a Bob Marley

O Brasil celebra nesta 3ª feira (11.mai) o Dia Nacional do Reggae. Criada a partir de um projeto de lei do Congresso Nacional, a data foi escolhida para homenagear o ídolo e maior propagador do ritmo, o jamaicano Bob Marley, cuja morte completa, em 2021, 40 anos.

A proposta de homenagear o gênero foi apresentada em 2008 pelo então deputado Rodrigo Rollemberg (PSB) -- que posteriormente viria a ser governador do Distrito Federal, de 2015 a 2018. Na justificativa do projeto, ele argumenta que "o Brasil é um país de dimensões continentais, com influência de várias culturas, das mais variadas etnias" e que "uma das expressões mais ricas e marcantes do nosso povo está na música".

"Além da criação de gêneros musicais próprios da cultura brasileira, é relevante mencionar a absorção de outros ritmos musicais estrangeiros que, sem dúvida, 'caíram' no gosto do brasileiro. Um deles foi o reggae, estilo musical criado na Jamaica, na década de 1960 pelo cantor e compositor Robert Nesta Marley, conhecido mundialmente como Bob Marley", detalhou o então deputado.

Rollemberg segue destacando a influência de Bob Marley na música brasileira. "Cidade Negra, Edson Gomes, Gilberto Gil (este último gravou um disco com músicas de Bob Marley), entre tantos outros artistas nacionais consagrados, continuam a levar, através do reggae, mensagens de paz, amor e críticas sociais, na tentativa de alertar o povo para lutar pelos seus direitos, da mesma forma que Marley, considerado o primeiro astro do terceiro mundo com reconhecimento internacional, já fazia há quase quatro décadas."

Aprovado pelo Congresso Nacional em 2009, o projeto de lei foi sancionado em 2012, pela então presidente Dilma Rousseff (PT), entrando em vigor imediatamente. Assim, desde então, 11 de maio é o Dia Nacional do Reggae no Brasil.

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Rei do reggae

Nascido na pequena vila de Nine Mile, na Jamaica, em 6 de fevereiro de 1945, Bob Marley revolucionou a música mundial. Começou sua trajetória cantando temas sociais com o grupo Wailing Wailers -- posteriormente, The Wailers. Depois de uma visita do então imperador da Etiópia à Jamaica, que provocou a difusão do movimento rastafári na ilha, Bob começou a se aprofundar no espírito e na cultura rasta e suas músicas passaram a refletir a nova crença.

Tido como rei do reggae, é autor de clássicos como No woman no cry, Three little birds e Is this love, e gravou 13 álbuns de estúdio e quatro ao vivo -- dois dos quais seriam lançados após sua morte. Em 1980, ano de seu último show, passou mal no palco e descobriu estar com um câncer de pele que se desenvolveu na unha do dedão do pé. Pela filosofia rastafári -- que defende que o corpo é um templo e que ninguém pode modificá-lo --, recusou-se a amputar o dedo. O câncer, então, espalhou-se por cérebro, pulmão e estômago. Após oito meses de tratamento nos Estados Unidos, decidiu retornar à Jamaica, mas não conseguiu completar a viagem, morrendo em um hospital de Miami em 11 de maio de 1981, deixando 11 filhos biológicos e duas adotadas.

Ouça alguns dos clássicos de Bob Marley: