5,1 milhões de crianças e jovens não tiveram acesso à educação em 2020
Estudo da Unicef aponta que a faixa etária mais afetada foi a de 6 a 10 anos
Devido à pandemia, 5,1 milhões de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos não tiveram acesso à educação no Brasil em novembro de 2020, segundo um estudo divulgado nesta 5ª feira (29 abr.) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A entidade alerta que o índice sugere um risco de um país regredir duas décadas, visto que uma quantidade similar de pessoas sem atividades educacionais não era observada desde o início dos anos 2000.
O estudo explica que a faixa etária mais afetada foi a de 6 a 10 anos, pois representa 41% do total, sendo que a escolarização nela estava praticamente universalizada antes da pandemia. Por causa das escolas fechadas em razão da Covid-19, das 5,1 milhões de pessoas apontadas no trabalho, 1,5 milhão não frequentavam qualquer unidade de ensino remota ou presencialmente, enquanto 3,7 milhões não tiveram acesso a atividades e não conseguiram manter o aprendizado em casa mesmo estando matriculadas.
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Ainda segundo a Unicef, 27,8% do total tinham de 11 a 14 anos, e 31,2%, de 15 a 17 anos. Esta, diz a entidade, era a faixa etária com menos acesso à educação antes da pandemia. As regiões mais afetadas pela exclusão, no penúltimo mês do ano passado, foram norte e nordeste, contendo respectivamente 28,4% e 18,3% dos 5,1 milhões de menores. Outro dado mostra que, por etnia, os mais prejudicados foram os pretos, pardos e indíneas, correspondendo a 69,3%.
Na visão de Florence Bauer, representante da Unicef no Brasil, "é essencial agir agora para reverter a exclusão, indo atrás de cada criança e cada adolescente que está com seu direito à educação negado, e tomando todas as medidas para que possam estar na escola, aprendendo". O estudo faz diferentes recomendações às autoridades, como garantir o acesso à internet para todos e mobilizar as unidades de ensino.
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