Primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, renuncia ao cargo

O primeiro-ministro da Rússia, o ex-presidente do país Dmitri Medvedev, renunciou ao cargo, nesta quarta-feira (15), junto com todo o gabinete ministerial do país. Segundo o então premiê, a decisão tem o objetivo de "abrir espaço para as mudanças" propostas por Vladimir Putin, referindo-se às reformas políticas apresentadas pelo presidente russo, horas antes.

Durante o histórico discurso do Estado da Nação, em Moscou, Putin anunciou que quer mudar a estrutura do Estado Russo: tirar poderes da figura do presidente e transferi-los para o Parlamento e para o primeiro-ministro, que passaria a ser escolhido pelos deputados. Hoje, o premiê da Rússia tem uma função mais administrativa e é nomeado pelo presidente. 

Pouco depois da renúncia de Medvedev, o presidente russo definiu o substituto para o cargo: Mikhail Mishustin, que exercia o cargo de chefe da Receita Federal do país.

Vladimir Putin chega ao final do seu quarto mandato, o segundo consecutivo, no final de 2024. A Constituição da Rússia não permite que ele se candidate de novo. As mudanças propostas por ele, no entanto, abrem caminho para que ele permaneça no centro do poder e com a caneta mais importante nas mãos. 

Para isso, o presidente precisará do apoio da DUMA, como é chamado o Parlamento do país, onde o Partido Rússia Unida, de Putin, tem maioria absoluta. Contudo, antes de chegar aos parlamentares, as mudanças ainda teriam que ser aprovadas em um plebiscito nacional.