Militar detido com drogas na Espanha pode ficar até 15 anos preso

O sargento brasileiro da Aeronáutica, detido com trinta e nove quilos de cocaína dentro de um avião da Comitiva Presidencial, em Sevilha, na Espanha, deve ser enquadrado no crime de tráfico internacional de entorpecente. Se condenado, a pena varia de cinco a quinze anos de prisão, além de multa. 

O Ministério da Justiça está aguardando o retorno do presidente Jair Bolsonaro para decidir se irá ou não pedir a extradição do sargento Manoel Silva Rodrigues para o Brasil. Caso ele volte, deve ser julgado pela Justiça Militar, mas com base na lei anti-drogas, como acontece com os civis - já que o crime não está previsto no Código Penal Militar. 

O Código Militar, no entanto, prevê outra punição: qualquer militar condenado a mais de dois anos à pena privativa de liberdade é automaticamente excluído das Forças Armadas. 

Nesta sexta-feira (28), Bolsonaro voltou a se manifestar sobre o assunto. O presidente disse que, ao se reunir com o chefe de Estado da Espanha, Pedro Sánchez, aproveitou para agradecer pelo modo como as autoridades espanholas estão lidando com o caso, e reafirmou que defende a punição severa para o tráfico. 

Ainda no mesmo dia, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, falou em nome do presidente. 

"O presidente Jair Bolsonaro expressou seu agradecimento pela forma profissional como a polícia espanhola e os órgãos referentes ao caso estabeleceram bem a delimitação de quem era o responsável pelo crime e, a partir dessa delimitação, liberou inclusive o restante da tripulação para dar continuidade ao seu trabalho. Eu gostaria de reforçar que o presidente Jair Bolsonaro, bem como o ministério da Defesa e o comando da aeronáutica, e o país todo, não pode admitir desvios dessa natureza, em particular de elementos que estão vestindo a farda, uma farda tão respeitada, como é a farda da Força Aérea Brasileira", declarou o porta-voz.