Açaí a preço de ouro
Alto valor da iguaria será pauta da Assembleia Legislativa do Pará nesta quarta-feira (28)
O Açaí nosso de cada dia está doendo demais no bolso e virou “artigo de luxo” na capital paraense. É originário no Pará, que responde por 94% da produção brasileira, mas faz sucesso em todo o país. Aqui no Sul, por exemplo, se come muito com sorvete, cada um com sua receita preferida.
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Em feiras internacionais, como a Gulfood em Dubai, já tive o prazer de comer açaí servido com peixe, sendo oferecido como uma iguaria para os países orientais, que tanto valorizam o alimento que vem do Brasil.
O preço do acaí em Dubai é quase de ouro
O fato é que o preço do açaí, praticado em Dubai, está sendo cobrado aqui no Brasil. Mas o que foi que aconteceu, para essa disparada nos preços?
Estamos na entressafra, período escasso de fruto, é normal aí, subir o preço. Inclusive, dizem os nativos que, a cada ano, essa produção da fruta vem diminuindo consideravelmente, provavelmente por motivos climáticos.
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Muito além da entressafra, aconteceu em fevereiro uma situação inusitada.
Quase todo o açaí que abastece toda a região metropolitana de Belém é o açaí nativo, aquele da Ilha do Marajó e outras cidades à beira do rio.
Quem faz a colheita desse açaí nativo são os moradores desses lugares, são conhecidos como “peconheiros”. Esses peconheiros foram se divertir no carnaval e grande parte deles não apareceu para trabalhar.
Como estamos na entressafra, faltou açaí no Ver-o-Peso, o principal mercado em Belém.
E mais: como não tinha açaí para levar para Belém, os donos dos barcos que fazem o transporte também ficaram sem trabalhar.
Então, quem conseguiu colher açaí e chegou com ele no porto de Belém cobrou até R$ 1 mil por saca!
Um vídeo sobre o alto preço viralizou, virou meme na internet e, quando o pessoal da Ilha (de Marajó) soube que a saca estava custando R$ 1 mil, houve uma correria para colher açaí e eles também quiseram aumentar o valor da saca, lá no embarque.
Depois disso tudo, a situação se acalmou, os peconheiros voltaram ao trabalho e o açaí começou a chegar normalmente, mas em quantidade menor, claro, devido à entressafra. Também por isso, o preço continua alto.
Mas o assunto não caiu no esquecimento!
A crise do açaí também será discutida na Assembleia Legislativa do Pará, nesta quarta-feira (28), em reunião extraordinária da comissão de direitos do consumidor. Esse assunto ainda vai render muito pano para manga.
Lembrando que o açaí é um alimento que muito paraense compra todo santo dia para o almoço.