Trama golpista: Braga Netto diz que nunca tinha ouvido falar em 'Punhal Verde Amarelo' ou 'Copa 2022'
Ex-ministro da Defesa de Bolsonaro também negou repasse de dinheiro em sacola de vinho

Yumi Kuwano
O último réu da ação que apura a trama golpista a ser interrogado no Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta terça-feira (10), o general Walter Braga Netto, negou ter conhecimento das operações chamadas de "Punhal Verde Amarelo" e "Copa 2022".
+ No STF, Bolsonaro convida Moraes para ser seu vice em 2026
"Eu só fui ouvir o nome dessas duas operações quando a mídia publicou. Eu nunca tinha ouvido falar", afirmou o ex-ministro da Defesa.
O "Punhal Verde Amarelo" envolvia um plano para matar autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
"Eu fui para fora do Brasil, fiquei nove meses numa área de combate, numa brigada australiana defendendo a democracia. Eu sou um democrata. Eu nunca iria participar de um plano, apoiar um plano que falasse de atentado contra autoridades do Legislativo, Executivo", disse.
+ General Heleno responde só ao próprio advogado e Anderson Torres nega omissão no 8 de janeiro
Braga Netto também contradisse o depoimento do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que confirma que o ex-ministro fez um repasse de dinheiro em uma embalagem de vinho para financiar atividades golpistas.
"Eu não pedi dinheiro para ninguém e não dei dinheiro nenhum para o Cid. Eu não tinha esse dinheiro, eu não tinha contato com empresários", defendeu.
Braga Netto está preso desde dezembro do ano passado por tentativa de obstrução das investigações. Ele é o único réu a participar do interrogatório por vídeo. O ex-ministro encerrou as oitivas dos acusados do "núcleo 1” da investigação de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, quando Bolsonaro foi derrotado por Lula.