Protestos contra PL da Dosimetria têm público menor que atos contra PEC da Blindagem
Manifestações aconteceram em ao menos 21 capitais; em São Paulo, evento contou com cerca de 13,7 mil pessoas em seu horário de pico, perto das 16h


Ana Medeiros
Sofia Pilagallo
Os protestos contra o Projeto de Lei que propõe a redução de penas dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado, apelidado de "PL da Dosimetria", tiveram público menor do que os atos contra a PEC da Blindagem, realizados em 21 de setembro.
As manifestações foram realizadas neste domingo (14) em ao menos 21 capitais: Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Belém, Natal, São Luís, João Pessoa, Campo Grande, Maceió, Teresina, Cuiabá, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, Fortaleza e Aracaju.
Em São Paulo, o protesto contou com cerca de 13,7 mil pessoas em seu horário de pico, perto das 16h, com margem de erro de 12%, segundo levantamento realizado pelo Monitor do Debate Público e pela ONG More in Common. Já no Rio, estiveram presentes 18,9 mil pessoas. Em ambas as capitais, os protestos contra a PEC da Blindagem reuniram cerca de 40 mil pessoas.
No Rio, a manifestação contou com forte presença de artistas, o que ajudou a aumentar o público. O evento teve presença de Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Chico Buarque e Fafá de Belém, que se apresentaram em um trio elétrico que andava pela orla da Praia de Copacabana.
Na avenida Paulista, o carro de som se posicionou no quarteirão entre as ruas Itapeva e Peixoto Gomide em frente ao Masp, onde os manifestantes se reuniram. O ministro da Secretaria-Geral, Guilherme Boulos, foi um dos que discursou no carro de som.
Na hora da fala, o público começou a gritar "sem anistia", ao que ele acrescentou: "Ouça, Congresso Nacional, a voz do povo". "Com esse Congresso não dá" e "sem anistia para golpistas de ontem e de hoje" foram algumas das frases estampadas em faixas carregadas pelos manifestantes.
As convocações, que partem dos movimentos sociais Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular, ocorreram após aprovação do projeto na Câmara dos Deputados. Com o avanço da pauta, segundo o relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP), o tempo de Bolsonaro em regime fechado pode ser reduzido de 27 anos e três meses para dois anos e quatro meses.
De acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o projeto deve ser votado no Senado ainda em 2025. A relatoria está nas mãos do senador Esperidião Amin (PP-SC) que deixou claro haver a possibilidade de a anistia a Bolsonaro ser incluída no texto aprovado pela Câmara e que agora será analisado pelos senadores.
A retomada da anistia em vez da redução de penas é o desejo da oposição que, na Câmara, fechou um acordo com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) para permitir a votação do substitutivo apresentado pelo deputado Paulinho da Força. No entanto, a proposta muda o cálculo das penas para crimes como golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, eliminando o acúmulo aplicado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).









