Idosa é resgatada em Aracaju após 40 anos de trabalho análogo à escravidão como doméstica
Força-tarefa foi deflagrada após denúncia anônima; mulher vivia na residência de empregadores sem salário, direito a férias ou descanso semanal

Felipe Moraes
Uma idosa de 66 anos foi resgatada em Aracaju, no dia 27 de maio, após décadas submetida a condições análogas à escravidão exercendo trabalho como empregada doméstica. Segundo autoridades, ela vivia há mais de 40 anos na residência de patrões sem receber salário e sem direito a férias ou descanso semanal.
A força-tarefa que resgatou a mulher foi deflagrada pela Polícia Federal (PF), pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-SE) e pela Auditoria-Fiscal do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego.
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Segundo a PF, autoridades realizaram operação mediante autorização judicial, após recebimento de denúncia anônima sobre o caso.
No local, "equipes constataram graves violações de direitos fundamentais". Ainda de acordo com a corporação, esse é o primeiro caso de resgate por trabalho escravo doméstico registrado no estado de Sergipe.
Vítimas e empregadores foram ouvidos na sede do MPT-SE, "onde foi firmado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para o pagamento das verbas rescisórias devidas". A PF informou que caso segue sob sigilo.
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Em nota, a PF também afirmou que a idosa recebeu acolhimento institucional e atendimento psicossocial da Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju.
Combate ao trabalho escravo
Mais de dois mil trabalhadores em condições análogas à escravidão foram resgatados em 2024, segundo dados do Ministério do Trabalho. "No âmbito doméstico, 19 pessoas foram resgatadas em todo o país neste ano", informou a PF.
Denúncias podem ser feitas por:
- Disque 100;
- Sistema Ipê;
- Comunica PF;
- Site do MPT.