'Barbie do Pó' é libertada de cadeia no interior de SP após decisão do STJ
STJ analisa pedido de trancamento de ação penal da jovem de 20 anos, detida pela PM com cocaína dentro do apartamento, em São José do Rio Preto (SP)
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta terça-feira (27), pela liberdade provisória de Eduarda Marques, 20 anos, conhecida como a 'Barbie do Pó', detida em 21 de fevereiro no interior de São Paulo. A jovem aguardará em liberdade enquanto o tribunal analisa, nos próximos dois meses, o pedido de trancamento da ação penal, que consiste em encerrar a ação sem julgar o mérito.
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A decisão foi proferida pelo ministro relator Rogério Schietti Cruz, que justificou a medida afirmando a falta de evidências concretas para a manutenção da prisão.
“Notadamente porque a quantidade de drogas apreendidas não foi excessivamente elevada e a ré é absolutamente primária e de bons antecedentes. Observo, ademais, que a acusada não era investigada e foi presa por acaso durante perseguição policial a um adolescente.”, escreveu.
A detenção ocorreu quando Eduarda foi surpreendida, junto a um adolescente de 16 anos, pela equipe do 9º Batalhão de Ações Especiais (Baep) dentro de seu apartamento. No momento da abordagem, a polícia apreendeu 13 pinos de cocaína, uma porção de maconha e R$ 340 em dinheiro. A audiência de custódia resultou na permanência da jovem na prisão, gerando repercussão nacional.
Entretanto, o advogado de defesa, Juan Siqueira, alega que a entrada dos policiais militares na residência de sua cliente foi ilegal, sem a devida autorização judicial.
“Primeiro, a PM não investiga nada. Segundo, eles (policiais militares) entraram na casa da minha cliente chutando a porta, sem mandado judicial, porque estavam correndo atrás do adolescente. As drogas estavam com o adolescente, mas, por algum motivo, dividiram a culpa ali naquele momento e ‘jogaram’ parte da culpa nas costas dela. Nada se justifica terem prendido ela, que nunca teve uma passagem sequer”, afirmou.
Eduarda Marques, criada pela avó e ex-aluna de escola particular, teve uma mudança de comportamento que a levou a escolhas questionáveis, segundo seu advogado.
“Ela é simpatizante de pessoas que têm condutas que a sociedade desaprova e não teve boas escolhas na hora de fazer amigos. Ela entrou em um ‘mundo’ que a influencia negativamente. Para a avó dela, esse é um momento de resgatá-la; essa senhora ficou muito abalada com a prisão da neta”, concluiu o advogado.
A PM foi procurada para um posicionamento em relação às acusações do advogado, mas até o fechamento deste texto, não obteve resposta.
*Matéria elaborada com informações do SBT Interior.
