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União Europeia deve perder prazo climático da ONU para apresentar novas metas ambientais

Bloco passa por divergências políticas entre os líderes climáticos que estão impedindo uma declaração assertiva sobre as medidas climáticas que serão tomadas

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UE deve atrasar declaração de medidas climáticas da ONU | Reprodução
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A União Europeia (UE) deve perder o prazo global para estabelecer novas metas de corte de emissão de gases, causadores das mudanças climáticas, devido a divisões sobre os planos entre os governos do blobo.

As metas fazem parte da principal discussão da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, que vai acontecer em novembro, em Belém (PA).

Os ministros do Clima ainda devem confirmar nesta quinta-feira (18) novidades sobre as medidas climáticas. A perda do prazo pode ser um golpe para os líderes do bloco, que deveriam se juntar a outras potências mundiais nas Nações Unidas na próxima semana para apresentar novas metas na preparação para as negociações climáticas da COP30. + COP 30: ONU oferecerá subsídio a países em desenvolvimento para compensar hospedagem cara

Espera-se que os principais emissores, incluindo a China, cumpram o prazo, e a Austrália anunciou sua meta nesta quinta-feira (18).

O comissário climático da UE, Wopke Hoekstra, defendeu nesta quinta-feira o histórico do bloco. "Se você olhar mais de perto, verá que continuamos entre os absolutamente mais ambiciosos no cenário global", disse ele.

A ONU pediu aos países que apresentassem planos climáticos atualizados à sua Assembleia Geral na próxima semana, em uma tentativa de reavivar o ímpeto global para combater as mudanças climáticas.

Esse impulso foi impactado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reverteu os compromissos climáticos dos EUA, e pelos governos que lutam para equilibrar a proteção ambiental com os desafios econômicos e geopolíticos.

A UE havia planejado chegar a um acordo sobre novas metas climáticas para 2040 e 2035 neste mês. Mas os países — incluindo Alemanha, França e Polônia — exigiram que os líderes discutissem primeiro a meta de 2040 em uma cúpula em outubro, inviabilizando as negociações sobre ambas as metas.

"A UE sempre tomou essas decisões após grandes debates. Nunca foi um assunto fácil. Devemos tomar cuidado para não dividir ainda mais a UE em relação às políticas climáticas", disse o secretário de Estado do clima da Alemanha, Jochen Flasbarth, acrescentando que isso se aplica especialmente às nações mais pobres do Leste Europeu.

Como alternativa, os ministros da UE tentarão, nesta quinta-feira, chegar a um acordo sobre uma "declaração de intenções" que defina a meta climática que a UE espera aprovar.

Um rascunho da declaração, relatado anteriormente pela Reuters, disse que a UE tentará chegar a um acordo sobre uma meta de redução de emissões entre 66,3% e 72,5% até 2035 + Comissão Europeia propõe sanções contra Israel após nova ofensiva em Gaza

A declaração dizia que a UE ainda tentará apresentar uma meta final para 2035 antes da COP30 em novembro, onde quase 200 países negociarão seus próximos passos para lidar com o aquecimento global.

"É difícil para nós exigir que os outros, nossos parceiros internacionais, façam o mesmo se nós mesmos não cumprirmos", disse a ministra finlandesa do Clima, Sari Multala.
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