Rússia celebra 80 anos da vitória sobre o nazismo com presença de Lula e Xi Jinping
Tanques, mísseis e tropas desfilaram no feriado considerado mais importante do país; presidente Lula classificou a celebração como "extraordinária"
SBT News
A Rússia celebrou nesta sexta-feira (9) o 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial com o maior desfile militar realizado desde o início do conflito na Ucrânia.
O presidente Vladimir Putin comandou a cerimônia na Praça Vermelha, onde tanques, mísseis e tropas desfilaram diante de mais de vinte líderes estrangeiros — o maior número desde 2022.
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O Dia da Vitória, considerado o feriado secular mais importante do país, foi marcado por demonstrações de força e discursos que reforçam a tentativa de Moscou de se afirmar como potência global, apesar do isolamento imposto por países do Ocidente.
Entre os convidados, estiveram o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que assistiram lado a lado com Putin à cerimônia.
"A celebração é reconhecida como uma nação vitoriosa e legítima entre os vencedores da Segunda Guerra Mundial”, afirmou Alexander Gabuev, diretor do Carnegie Russia Eurasia Center.
Durante a guerra, a então União Soviética perdeu cerca de 27 milhões de pessoas, em um esforço conhecido no país como Grande Guerra Patriótica, entre 1941 e 1945.
O evento é reverenciado por todas as correntes políticas e serve como elemento central na construção do orgulho nacional russo.
Relação Brasil e Rússia
Após o desfile, Putin e Lula se reuniram no Kremlin. Os dois líderes ressaltaram que o bom relacionamento entre Brasil e Rússia é impulsionado também pela relação pessoal entre eles.
"Tenho boas lembranças das nossas conversas anteriores, tanto no Brasil quanto na Rússia. Nossos laços se fortaleceram muito graças aos nossos contatos diretos", disse Putin no início do encontro. Lula concordou.
“Sempre me lembrarei da forma atenciosa com que o presidente Putin conduziu nossas conversas e do diálogo produtivo entre nossos chanceleres”, afirmou, referindo-se a Mauro Vieira e Sergei Lavrov.
Lula também recordou que esteve em Moscou há 15 anos, quando participou da comemoração dos 65 anos do fim da Segunda Guerra.
Ele classificou a celebração atual, de 80 anos, como "extraordinária", evitando qualquer menção direta à guerra na Ucrânia, que gerou duras críticas a Putin por parte de líderes europeus nesta semana.