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'Dix': entenda expressão que viralizou após polêmica entre influenciadoras do TikTok

Termo que se refere a perfil privado no Instagram revela comportamento da Geração Z nas redes sociais

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Foto: Canva
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A expressão "dix", usada para se referir a uma conta paralela e fechada no Instagram, ganhou repercussão na mídia após uma discussão entre adolescentes que viralizou no TikTok. O termo gerou curiosidade dos brasileiros, que geraram um pico de buscas, segundo dados do Google Trends.

"Dix" teve pico de buscas após confusão entre influencers do TikTok. | Reprodução/Google Trends
"Dix" teve pico de buscas após confusão entre influencers do TikTok. | Reprodução/Google Trends

A polêmica envolveu as influenciadoras Antonella Braga, de 16 anos, Duda Guerra, de 17, e Benício Huck, também de 17, filho dos apresentadores Luciano Huck e Angélica.

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A intriga deu início quando Duda acusou Antonella de dar em cima de seu namorado, Benício, ao pedir para seguir o “dix” dele. Duda demonstrou indignação e desconforto, uma vez que esses perfis são restritos a amigos próximos e pessoas íntimas.

De onde vem a expressão “dix”?

O termo foi popularizado em 2016 e serve para designar uma espécie de fuga do perfil principal. A ideia era compartilhar apenas com um grupo seleto de pessoas próximas conteúdos como registros da rotina, fotos não tão posadas e uma ótica mais real da vida de um jovem.

A palavra vem da gíria “dixar, que significa "deixar" ou "postar" algo sem compromisso, despreocupado e sem filtro.

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A estudante de jornalismo Caroline Almeida de Magalhães, de 19 anos, é adepta da tendência e posta diariamente em seu perfil privado na rede social. Ela conta que criou seu perfil "dix" em 2017, em meio a uma onda de adolescentes que começaram o movimento na intenção de criar uma comunidade mais exclusiva com quem compartilhavam fotos e vídeos.

“Na época, o foco das postagens eram as mídias que considerávamos 'não instagramáveis' o suficiente para um perfil público, mas que gostaríamos que as pessoas mais próximas tivessem acesso”, relata a jovem.

Caroline também tem um perfil principal público, mas sente que o perfil privado é como estar compartilhando apenas com a roda de amigos.

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“Não é nenhum conteúdo sensível, mas são os momentos que eu gostaria que apenas as pessoas mais íntimas pudessem conferir.”

A psicóloga Luini Lacerda, clínica com formação em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Comportamental Dialética, explica que, por ser um ambiente mais controlado, os jovens se sentem mais seguros para expor certas informações que consideram ser de mais vulnerabilidade.

“É uma fase em que está sendo construída a identidade, o senso de pertencimento, então o julgamento tem muito peso. É uma forma de se proteger de julgamentos e ainda assim manter uma forma segura de se expressar", afirma a especialista.

Luini acredita que essa experimentação pode ser importante para a fase do desenvolvimento, mas também precisa ser canalizada para um amadurecimento em lidar com opiniões dos outros que, naturalmente, chegam, mesmo num círculo menor de pessoas.

“Nem sempre conseguimos nos blindar do mundo e nos expormos a situações, e isso pode ajudar a criar resistência e tolerância a esses desconfortos.”

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