EUA autorizam ação secreta da CIA na Venezuela
Autorização é o passo mais recente na escalada da tensão entre os dois países; nas últimas semanas, o exército americano tem atacado barcos na costa venezuelana
SBT News
O governo dos Estados Unidos autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) a conduzir ações secretas na Venezuela. A informação foi antecipada pelo jornal The New York Times, nesta quarta-feira (15), e confirmada pelo presidente Donald Trump horas depois.
A autorização é o passo mais recente na escalada da tensão entre EUA e Venezuela. Nas últimas semanas, o exército americano tem atacado barcos na costa venezuelana, alegando que as embarcações estariam transportando drogas. As ações deixaram 27 mortos.
+Ataque dos EUA a barco na Venezuela mata seis pessoas, diz Trump
A CIA há muito tempo tem autoridade para trabalhar com governos da América Latina em questões de segurança. Isso permitia a agência trabalhar com autoridades mexicanas para combater cartéis de drogas, mas não dava a ela a permissão para realizar operações letais diretas. Agora, o serviço de inteligência americano passa a ter permissão de agir unilateralmente ou em conjunto com uma operação militar de larga escala.
Não se sabe se a CIA está planejando alguma operação na Venezuela, mas militares americanos planejam sua própria escalada e elaboram planos para a aprovação de Trump. A Casa Branca deixou claro, em conversas particulares citadas pelo The New York Times, que o objetivo final é remover Maduro do poder.
+Venezuelanos exilados na Colômbia sofrem atentado a tiros; oposição acusa Maduro
A escalada do reforço militar na costa venezuelana é expressivo. Atualmente, há 10 mil soldados americanos na região, a maioria em bases em Porto Rico, além de fuzileiros navais. Ao todo, a Marinha tem oito navios de guerra de superfície e um submarino no Caribe.
Trump ordenou o fim das negociações diplomáticas com o governo de Nicolás Maduro neste mês. De acordo com o The New York Times, ele estava cada vez mais frustrado, tanto pela incapacidade do presidente de atender às exigências dos EUA de renunciar ao poder voluntariamente quanto pela insistência contínua das autoridades de que não tinham participação no tráfico de drogas.