Decisões de Donald Trump provocam reações globais sobre clima e saúde
Saída dos EUA da OMS e do Acordo de Paris gera respostas de líderes internacionais e coloca em pauta temas urgentes
Thiago Ferreira
As recentes decisões de Donald Trump de retirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Acordo de Paris sobre o clima despertaram reações intensas ao redor do mundo.
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Dos campos de batalha na Ucrânia às montanhas da Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, líderes e autoridades destacaram preocupações com os impactos globais dessas medidas. “Temos que manter nosso objetivo”, afirmou Alexander De Croo, primeiro-ministro da Bélgica, ao comentar sobre o Acordo de Paris.
A decisão dos EUA os alinha a países como Iêmen, Líbia e Irã, os únicos fora do tratado climático, eliminando compromissos em adotar medidas contra a intensificação das catástrofes climáticas.
Simon Stiell, chefe de Clima das Nações Unidas, ressaltou: “A ciência é muito mais significativa do que algumas vozes que desafiam a ciência.” Para ele, decisões como essas ameaçam não só a luta contra a crise climática, mas também as políticas globais de saúde.
A OMS lamentou a decisão americana e reafirmou que suas portas continuam abertas caso haja uma mudança de posicionamento. A saída dos Estados Unidos, maior financiador da organização, representa um desafio significativo para a saúde global.
Enquanto isso, presidentes de Rússia e China realizaram uma reunião online para fortalecer relações em resposta às “incertezas externas”. Já líderes europeus destacaram a interdependência econômica, como lembrou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia: “Empresas europeias empregam três milhões e meio de pessoas nos Estados Unidos.”
O chanceler alemão Olaf Scholz foi enfático ao dizer: “Nem toda entrevista ou tuíte de Washington deveria nos levar a uma crise existencial.” A frase reflete o estado de cautela predominante na Europa diante dessas decisões que, segundo analistas, têm potencial de afetar tanto o clima quanto a saúde global.