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Tornados no Sul do Brasil devem se tornar mais frequentes, alertam especialistas

Em dezembro, dois tornados causaram destruição na Serra Gaúcha e causaram destruição

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Tornado na cidade de Júlio de Castilhos, no Rio Grande do Sul. Foto: Defesa Civil RS

Ao longo de todo o mês de dezembro, dois tornados atingiram o Sul do país, deixando diversas cidades destruídas. Especialistas alertam que esse tipo de fenômeno deve ser cada vez mais comum.

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Em 8 de dezembro, cerca de 80 casas ficaram destruídas em Flores da Cunha, na Serra Gaúcha. Até uma vinícola foi atingida.

Já no dia 23, também na Serra Gaúcha, 20 casas foram destruídas em Vila Rica, no interior de Farroupilha. Os ventos foram tão fortes que uma escola teve todo o telhado arrancado.

Os estragos foram causados por tornados com ventos que ultrapassaram 100 km/h. O fenômeno se forma quando correntes de ar frio e quente se encontram e entram em rotação. Por ser isolado, é difícil de prever, mas nuvens de tempestade costumam ser um indicativo.

Segundo a meteorologista Estael Sias, trata-se de um cenário incomum para o início do verão.

“Um sistema completamente atípico para início de verão, que é um bloqueio no centro do país e instabilidade, com a umidade toda retida aqui no Sul, além de uma condição de maior severidade dos fenômenos e com maior frequência de tornados”, explica.

A impressão é de que o Sul do país lida com diversos fenômenos atmosféricos ao mesmo tempo — e isso é verdade. A meteorologia ainda não possui uma estatística exata da quantidade de tornados que ocorrem na região, mas as instabilidades estão cada vez mais comuns e novos eventos podem acontecer.

Na Universidade Federal de Santa Maria, um grupo de pesquisadores se dedica a acompanhar os tornados. Um documentário já foi produzido sobre o tema. O estudo é o primeiro passo para o monitoramento dos tornados no Sul do Brasil.

De acordo com o meteorologista Mateus Rabelo, o trabalho de campo ajuda a validar as previsões.

“Quando a gente faz essa caçada, além da documentação visual, também fazemos a documentação científica de que ocorreu naquele lugar. Isso valida nossa previsão meteorológica e os dados de modelo, reafirmando se aquele dado está ou não correto”, afirma.

Além do clima temperado, que favorece a formação de nuvens de tempestade, os estados do Sul enfrentam um novo agravante climático: o aquecimento global. Segundo a meteorologista, as regiões do norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o oeste do Paraná são as mais vulneráveis.

“Quanto mais calor, o calor é combustível para formar esse tempo severo. É um componente importante na formação de episódios de chuva extrema, com enxurradas, inundações mais frequentes, além do risco elevado de raios e ocorrências de granizo de variados tamanhos, que não eram tão comuns”, conclui Estael Sias.

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