Série "Egito - O ouro dos Faraós" mostra o Templo de Luxor
Um dos obeliscos da construção egípcia foi doado à França: monumento decora a Praça da Concórdia, em Paris
Maria Paula Carvalho
Ele impera no horizonte de Paris, ao lado da Torre Eiffel. O monólito doado pelo Egito à França foi tirado do Templo de Luxor. Até hoje, a cidade de Luxor guarda a concentração mais rica de monumentos faraônicos no Egito.
Juntamente com Karnak, que visitamos no último programa, o templo de Luxor forma um binômio divino em torno do qual brilhava a vida econômica e religiosa do país.
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Essencialmente, o Templo de Luxor é obra de dois faraós: Amenófis III e Ramsés II, que construiu e aproveitou muitos monumentos existentes para aumentar a sua reputação.
Na entrada do templo de Luxor, há duas grandes estátuas de Ramsés e um obelisco. O outro, foi levado para a França, em 1831, ou seja, foi exatamente daqui que foi retirado o obelisco que hoje decora a Praça da Concórdia, em Francês, Place de la Concorde, em Paris.
Conta a história que foi o egiptólogo Champollion quem escolheu o obelisco a ser levado para Paris -- aquele em melhor estado. Oferecido ao rei Carlos X pelo sultão do Egito, Muhammed Ali, em 1829, o monumento data do século 13 a.C. -- um presente em agradecimento pelo trabalho de decifrar os hieróglifos.
O obelisco de Luxor foi instalado no coração da capital francesa em outubro de 1836, sob ordens do rei Luís Felipe -- três anos depois da chegada do monumento à Paris, em dezembro de 1833. Era o fim de uma jornada que durou mais de dois anos no mar para trazer este gigante de pedra de 23 metros de altura pesando 230 toneladas.
E é na capital francesa que acaba de desembarcar a exposição "Ramsés e o ouro dos Faraós". A França é o único país a exibir o sarcófago do faraó, que volta mais de 40 anos depois que a múmia foi enviada à Paris para ser tratada. O evento está instalado em "La Villete", um grande parque no leste da capital francesa, até setembro, é uma oportunidade de entender melhor como vivia este grande faraó do Egito.
Logo na entrada, parte de um obelisco e uma cabeça colossal do faraó Ramsés II em granito rosa. Ele também aparece como esfinge no corpo de um leão, e em muitas peças que representam o seu longo reinado de mais de seis décadas -- época de grande prosperidade do Egito antigo.
A exposição é composta de 181 objetos, entre amuletos, joias em ouro e prata, com pedras preciosas e recria o ambiente do vale dos reis do sul do Egito, onde Ramsés II foi enterrado. O acervo representa a história de um império que contribuiu como poucos à arte, à economia e à cultura.
O sarcófago de cedro, onde o grande monarca repousou por 2.800 anos, desta vez, é exibido vazio, já que as múmias dos faraós não podem mais sair do Egito.
Os visitantes ainda vão ver múmias de animais, como gatos e crocodilos, expostas pela primeira vez no exterior.
A exposição "Ramsés" fica em cartaz em Paris até setembro, antes de partir para Sidney, na Austrália. Mais do que uma homenagem, é uma forma de fazer brilhar a lenda eterna do grande faraó.