Maior youtuber do mundo, MrBeast anuncia interesse na compra do TikTok
Governo chinês admite venda da plataforma, mas deve barrar algoritmo de recomendação de conteúdo que explica parte do sucesso da rede
Cido Coelho
O maior youtuber do mundo, Jimmy Donaldson, conhecido como MrBeast, anunciou oficialmente seu interesse na compra da rede social chinesa TikTok nos Estados Unidos.
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Segundo seu advogado, o influenciador falava sério quando publicou na rede social X (antigo Twitter), em 13 de janeiro, que tinha interesse em comprar a rede social, que conta com mais de 170 milhões de usuários nos Estados Unidos.
“Ok, tudo bem, vou comprar o TikTok para que ele não seja banido”, publicou MrBeast na rede social X naquele dia.
Apesar do tom de ironia, Donaldson e um grupo de investidores demonstraram interesse real em adquirir a plataforma. Segundo a CNN, o grupo de investidores é liderado por Jesse Tinsley, fundador e CEO do Employer.com, e formado por "investidores institucionais e indivíduos de alto patrimônio líquido" que não querem que o aplicativo desapareça.
O TikTok ficou fora do ar no sábado (18) para cumprir uma proibição determinada por uma lei federal que considera o aplicativo uma grave ameaça à segurança nacional. A Suprema Corte dos EUA negou recurso do TikTok contra a lei federal, abrindo caminho para seu banimento.
A coleta de dados sensíveis, a possibilidade de espionagem e a manipulação de conteúdo, além do fato de que a empresa está sujeita às leis da China estariam entre as principais preocupações do governo norte-americano. Por isso, as autoridades exigem a venda da plataforma para um investidor que não seja chinês, para manter suas operações no país.
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A rede voltou a funcionar 12 horas depois da decisão judicial quando Donald Trump anunciou que assinaria, na sua posse, na segunda-feira (20), uma ordem para adiar a proibição da plataforma por 75 dias.
Dias após sua publicação no X, Donaldson divulgou um vídeo no TikTok reforçando o interesse na compra da plataforma de redes sociais.
“Acabei de sair de uma reunião com um bando de bilionários. TikTok, estamos falando sério”, afirmou MrBeast no vídeo.
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“Este é meu advogado aqui, temos uma oferta pronta para você. Queremos comprar a plataforma.”
A lei federal determina que, se o TikTok for adquirido por um investidor que não seja da China, poderá continuar operando nos Estados Unidos.
O valor da proposta não foi divulgado, mas, com a possível aquisição, as operações da plataforma não seriam interrompidas no país.
Quem quer comprar o TikTok?
Além do maior youtuber do mundo, há outros quatro possíveis interessados na aquisição da plataforma nos Estados Unidos:
- Oracle – Uma das maiores empresas do mercado de tecnologia e dados;
- Microsoft – A gigante da tecnologia também foi citada como uma potencial interessada;
- Perplexity AI – A startup de inteligência artificial apresentou uma proposta de fusão com o TikTok nos Estados Unidos;
- Steven Mnuchin – O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos lidera um grupo de investidores interessados na compra do TikTok.
Com algoritmo ou sem algoritmo?
O maior desafio na venda do TikTok está no seu algoritmo, considerado a peça-chave para o sucesso da rede social entre seus usuários no mundo todo.
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A controladora da plataforma, ByteDance, já afirmou que não tem interesse em vender o TikTok. No entanto, se for obrigada, disponibilizará a rede social sem o seu algoritmo.
O algoritmo do TikTok é o grande responsável pelo funcionamento do feed "Para Você", que utiliza inteligência artificial para identificar os interesses de conteúdo de cada usuário de forma extremamente precisa.
Segundo a consultoria financeira Wedbush, o TikTok pode valer até US$ 200 bilhões com o algoritmo e apenas US$ 40 bilhões sem ele.
O governo da China já declarou que bloqueará a venda do algoritmo, permitindo apenas a negociação da plataforma com sua base de usuários.
Caso a venda ocorra sem o algoritmo original, será necessário desenvolver uma versão exclusiva do TikTok para os Estados Unidos, o que poderia impactar significativamente o alcance e a experiência dos usuários em comparação com a versão global da plataforma.