Fim do WhatsApp ilimitado? Operadoras vão acabar com as 'redes sociais grátis'
Principais empresas de telecomunicações no Brasil dão fim a planos ilimitados que permitiam uso de aplicativos sem cobrança de dados
Os consumidores brasileiros estão acostumados com ofertas de planos de dados nos smartphones para acesso ilimitado a redes sociais e aplicativos como WhatsApp, Instagram, Facebook. Outros serviços também são oferecidos por operadoras de celular sem cobrança pelo consumo dos dados.
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No entanto, essa prática das empresas de telecomunicações, conhecida como Zero Rating, está com os dias contados.
O Zero Rating é uma estratégia comercial para atrair assinantes. Ela foi discutida durante a aprovação do Marco Civil da Internet em 2012 e 2013, para analisar se a prática feria a legislação que protege a neutralidade da rede.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou as empresas que praticam a estratégia ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e, em 2017, foi feita uma investigação por suposta distorção no mercado de plataformas digitais.
O Cade entendeu que a prática não feria o mercado, contrariando a denúncia do MPF.
Operadoras dão fim aos aplicativos sem limite
No momento, as operadoras de telefonia estão em um movimento de reformular os planos, abandonando a estratégia do Zero Rating.
- A Vivo começou a fazer cobranças diárias para o uso dos aplicativos no plano Vivo Easy. Além disso, deixou de vender planos ilimitados para vários aplicativos, liberando a gratuidade apenas para o WhatsApp em planos mais básicos.
- A Claro deixou de oferecer o plano Claro Flex, desde terça-feira (12), no qual os acessos gratuitos dos aplicativos foram removidos sem desconto da franquia e, para compensar, incluiu uma franquia extra para redes e vídeos, com limite de até 5GB, conforme o tipo de pacote e, assim como a Vivo, só vai oferecer o WhatsApp no acesso gratuito.
- Já a TIM anunciou em fevereiro que os preços nos planos pós-pagos e planos de dados com Zero Rating deixarão de existir.
Anatel considera mudança 'uma nova realidade'
Segundo o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, entrevistado pelo Tecnoblog, durante o Mobile World Congress, em Barcelona, o fim do Zero Rating tem relação com questões comerciais, não com questões regulatórias.
Baigorri informou que havia queixas das operadoras de telecomunicações sobre o uso intenso das redes e infraestrutura sem compensação por parte das gigantes da tecnologia.
Operadoras cobram big techs
Em fevereiro, antes da Mobile World Congress 2024, algumas das principais empresas de telecomunicações mundiais, que fazem parte da GSMA, publicaram uma carta aberta reivindicando às empresas de tecnologia como Google, Meta e Netflix que ajudem a pagar os custos de manutenção e expansão da infraestrutura de internet pelo mundo.
+ Acesse a íntegra da carta (em português)
Intitulada "Chamado à ação para assegurar o desenvolvimento da internet e o futuro digital da América Latina e Caribe", a carta cobra das gigantes da tecnologia ajuda financeira para manter o sistema e redes de telecomunicações e para expandir e desenvolver novas tecnologias, como a 5G.