Brasil lidera uso de inteligência artificial na América Latina
Evento reuniu, pela primeira vez, em São Paulo, especialistas nesta tecnologia

Gudryan Neufert
Um evento sobre inteligência artificial reúne, pela primeira vez, especialistas do setor, em São Paulo. Hoje, o Brasil lidera o uso dessa tecnologia na América Latina.
"Está começando a ser muito mais acessível. Você vê o número de pessoas usuais que começaram a usar o chat GPT, já é a tecnologia de maior alcance no menor, curto espaço de tempo, de uma maneira absurda", observa o CEO da Upper e organizador do evento, Flávio Tavares.
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A tecnologia ajuda a tomar decisões, criar um texto ou uma imagem. O publicitário e empreendedor Gustavo Melles mostra o processo de criação de um avatar, usando a mesma inteligência artificial utilizada para criar a foto do Papa, que viralizou.
"A gente pegou uma foto sua da internet, jogou dentro da inteligência artificial, e eu pedi para ela brincar com o cartoon", ele explica.
Existe o lado lúdico, o útil, mas também o sombrio. A deep web, por exemplo, usa a inteligência artificial para criar fakenews que trazem uma infinidade de problemas. Para o diretor do Centro de Inteligência Artificial da Universidade de São Paulo, a regulamentação será inevitável.
"É preciso dizer quem é responsável por esses erros, é preciso dizer como é que se protegem as informações de forma mais apurada. O que está em discussão no mundo inteiro, inclusive o Brasil também. O Congresso está discutindo um projeto de lei que seria um marco da inteligência artificial", pondera o professor da USP, Fabio Gagliardi Cozman.
Apesar do perigo, Walter Longo, que escreveu um livro sobre o metaverso, diz que não se pode interromper a evolução tecnológica, como pediram, em carta, alguns gênios do Vale do Silício, nos Estados Unidos.
"É algo inviável você parar a inovação, parar a evolução. O que a gente tem sim que fazer é, rapidamente, os principais players do negócio criarem mecanismos de autorregulamentação", afirma o escritor e organizador do evento, Walter Longo.
A expectativa é que a inteligência artificial movimente quase 5% do PIB nacional e abra mais de 2 milhões de empregos no país. Segundo os especialistas, não é hora de ter respostas e sim de saber fazer perguntas.
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