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Tecnologia

Startups da Amazônia e do Nordeste se destacam no Bossa Summit

Ideias inovadoras chamam a atenção no maior evento de investimento em startups no Brasil

Imagem da noticia Startups da Amazônia e do Nordeste se destacam no Bossa Summit
evento de startups e um estande do sebrae com pessoas no entorno
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A inovação acontece em todas as partes do Brasil, que é um país diferenciado, com várias características, climas e biomas. E isso, torna-se uma grande vantagem para o gigante ecossistema que o país tem e pode fazer diferença a diversas startups pelo mundo. 

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Na Bossa Summit, que aconteceu nos dias 23 e 24 de março no Transamérica Expo Center, em São Paulo, dezenas de startups dos estados do Nordeste e da região Norte, sendo boa parte da Amazônia Legal, apresentaram várias ideias sobre como podem oferecer serviços e oportunidades de negócios em diversos setores.

E isso foi possível a partir de dois projetos desenvolvidos pelo Sebrae -- Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa --, chamados Inova Amazônia e StartupNE.

Para Eraldo Santos, gestor de projetos para startups do Sebrae, a região Nordeste foi analisada e nisso foi percebido o potencial da região, além das dificuldades dos ecossistemas locais, como falta de investidores-anjos, acesso a investimentos e ausência de aceleradoras. A partir disso, foi criado o StartupNE, para posicionar a região no mapa global de inovação.

"A gente começou a descobrir uma série de potencialidades na região tanto do ponto de vista de algumas verticais específicas como o mercado de energia limpa, energia eólica, fotovoltaica, agora, entrando no hidrogênio verde, bem como também a questão da criatividade e de tecnologia. E quando a gente foi analisar os números, nós encontramos uma quantidade de startups que refletisse essa potencialidade da região. A gente em 2021 percebemos que 13% das startups brasileiras, apenas estavam na região Nordeste", explica Eraldo.

No ano passado, 318 startups foram selecionadas, recebendo uma bolsa do Sebrae na ordem de R$ 39 mil a R$ 78 mil, chamado bolsa socio empreendedor, além de receber mentorias e aceleração. No Bossa Summit, 74 startups aptas a receber investimentos participaram o evento e potencializar o negócio.

Para Eraldo, a região Nordeste tem potencial para entrar no ecossistema global de inovação, onde muitas empresas estão prontas para encarar o desafio da conquista do investimento | Cido Coelho/SBT News

Já o Inova Amazônia, tem um projeto de acelerar para desenvolver a inovação, bioeconomia e sustentabilidade na região amazônica e a partir de 400 projetos na pré-aceleração, chegaram a 230 negócios que estão recebendo mentoria, capacitação e bolsa de apoio para que a empresa se desenvolva.

"Uma expectativa aqui é que eles falem com maior número de investidores e depois que eles vão afunilando essas conversas com aqueles que tenha mais fit com a tese. Hoj,e a gente tem muitos pontos de investimentos que tem teses focada em si sustentabilidade", explica Phelippe Figueredo, analista de inovação do Sebrae.

Estas empresas que estão no Bossa Summit tem a expectativa de fazer as conversas iniciais de apresentação para no futuro próximo para conseguir aquele cheque que pode fazer decolar o negócio. O valor médio que as empresas startup early stage vão entre R$ 100 mil a R$ 500 mil.

A reportagem do SBT News conversou com alguns dos empreendedores e inovadores, expondo seus serviços e seus propósitos de fazer suas empresas deslancharem no ambiente de negócios a partir do evento de inovação e investimento em startups que aconteceu na capital paulista. 

Phelippe Figueredo observa que há interesse de investimento nas startups da Amazônia, empresários e investidores estão interessados | Cido Coelho/SBT News

Startups do Nordeste

Aplicativo que conecta habilidades e oportunidades

Guerra, da Catch, espera entrar em São Paulo para ajudar a atender demanda que busca por mão de obra especializada | Cido Coelho/SBT News

O Eraldo Guerra, CEO do Catch, opera desde 2021, e está na Bossa Summit para tentar escalar seu aplicativo que ajuda a conectar habilidades a oportunidades de negócio, por conta da localização e dificuldades de encontrar uma mao de obra especializada.

Um aplicativo que conecta habilidades a oportunidades de negócio seja pela sua localização ou pelo seu deslocamento legal explicar o conceito então o principal problema que a gente quer resolver é ajudar na questão da retomada Econômica 

"Muitas pessoas não estão encontrando emprego, mas existem diversas oportunidades de prestação de serviço", explica Eraldo, que observa o aplicativo como uma janela para quem busca trabalho e para quem precisa de um prestador de serviço. 

Guerra tem obtido um ótimo retorno na Bossa Summit, muitas pessoas tem procurado e pedido ajuda, para que o aplicativo dele encontre profissionais que são demandados. 

"Aqui no stand a gente conheceu um rapaz que tem uma indústria de caminhão e tá precisando de 30 mecânicos para trabalhar na indústria. E disse, se você resolver esse problema da minha indústria, vou virar eternamente cliente de vocês. E aí várias pessoas também chegaram para gente dizendo que é complicado ou difícil conseguir prestação de serviço, ou mão de obra específica", comenta o empreendedor.

Agora, o próximo passo da empresa pernambucana é entrar em São Paulo por meio de parcerias para poder abrir num novo mercado para o aplicativo para tentar escalar.

Gestão complexa de navios em portos de grande porte

Alexandre, da NavalPort espera fechar a versão final do aplicativo para poder ter uma parceria com o Porto de Santos | Cido Coelho/SBT News

Alexandre Santiago criou a NavalPort, que é uma startup de gestão inteligente de portos. O aplicativo tem a proposta de administrar os navios e os dados no fluxo de trabalho.

A NavalPort propõe conectar o sistema de programação de navios com os portos, para reorganizar a chegada dos navios no porto. Um navio que está em um determinado ponto, comunica os outros barcos envolvidos e as embarcações podem se programar para chegar no tempo previsto, onde todos possam se organizar sem gerar tráfego no porto.

"A gente tá finalizando algumas etapas, mas ele já tá é bem perto de fechar [com o porto de Santos]. A gente está perto de contratar também. Já estamos avançado, já tá esperando o investidor esperando o cliente", explicou.


A startup de Recife, oriunda do Porto Digital, faz testes em São Paulo, no Porto de Santos. Agora a empresa está na fase de rodada para receber aporte, assim como posteriormente, já receberam aporte da Bossanova, e agora espera novos recursos para expandir o negócio.

Startups da Amazônia


Conscientização sobre a qualidade da água

Elaine, da Chemical, espera conscientizar as pessoas sobre os cuidados com a qualidade da água | Cido Coelho/SBT News

A startup Chemical, da Elaine Freitas, de Manaus, Amazonas, tem o propósito de criar um sensor que analisa a qualidade da água. A empresa surgiu a partir de um trabalho de conclusão de curso, em 2015, quando estava desenvolvendo uma plataforma educacional. No entanto, a ideia foi transformada em um aplicativo para promover a conscientização e a preservação dos recursos hídricos, neste caso, rios e nascentes.

"O nosso propósito por trás é que a inovação que conecta a preservação ambiental ou futuro. A gente queria levar inovação para essa área mesmo de meio ambiente, para contribuir para empresa e que realmente tem isso por trás, a gente viu essa opção. Então em 2021, a empresa foi lançada, oficialmente a gente tá no mercado passando, viajamos o Brasil em 2021 fazendo a pesquisa, tivemos em várias capitais do Brasil para mensurar esses impactos", explica Elaine.

Agora a Chemical já tem um protótipo e sensor desenvolvido, além de um aplicativo onde qualquer pessoa pode fazer o teste na água, desmistificando medos e receios sobre a qualidade da água. A fundadora da startup tem conversado com muitos interessados e revelou que a rodada onde esperava captar R$ 1 milhão talvez não faça mais sentido, porque já há investidores bem interessados na tecnologia desenvolvida por ela, e assim podendo acelerar o negócio local.

Neste ano, a startup deve lançar um livro para mostrar os impactos do uso da tecnologia e a versão final do aplicativo.

"Vamos lançar um livro agora em 2023 sobre essa situação desses impactos no país. O sensor e o aplicativo, agora com a versão final, foram lançados em 6 de dezembro, no programa da Ocean Out, com a Samsung em Manaus", explica.


Café de Açai desbravando fronteiras

Para Valda, o propósito e vender além de café, é vender saúde para os consumidores | Cido Coelho/SBT News

Para Valda Gonçalves, da startup Engenho, explica que propôs a criação do café de açaí para trazer vida saudável para as pessoas, poupando o meio ambiente.

O café de açaí é um produto diferenciado, pois não tem glúten, é 100% natural, tem vitaminas e minerais antioxidantes, agregando valor a saúde, sendo voltado para pessoas que gostam do café gourmet.

A empresa do Amapá produz 4 toneladas, e agora, espera receber um aporte de R$ 1,2 milhão para poder multiplicar por 4 a capacidade de produção.

A Engenho já saiu da fase early stage e agora a empresa já começa a desbravar o mundo.

"Estamos em todos os supermercados do Norte e estamos agora exportando para Alemanha e inclusive com parceria no Canadá, Estados Unidos e Portugal", explica. 


Quebrar preconceitos e mostrar benefícios da cannabis

Mônica Neves quer 'desmistificar o uso da cannabis' e desconstruir o preconceito em torno da planta que tem diversas propriedades que ajudam na saúde das pessoas | Cido Coelho/SBT News

A farmacêutica e química Monica Neves, cofundadora da healthtech maranhense Hempense, é uma startup de cosméticos focada em cosméticos com base em cannabis veio à Bossa Summit, em São Paulo para 'desmistificar o uso da cannabis'.

"A falta de informação de qualidade com as pessoas, é onde a gente verificou que existia muita marginalização e muita informação equivocada sobre a planta. Então, a gente quis trazer uma startup que, inicialmente, veio com a ideia de ser um hub de informação. A partir disso, a gente viu que poderia oferecer produtos além do que hoje existe no mercado, que são os produtos medicinais. A cannabis é uma planta que você pode utilizar todas as partes e todas as partes têm uma utilização, um uso, uma finalidade", explica Mônica.

A Hempense hoje desenvolve cosméticos cannábicos a partir de frutos amazônicos, como babaçu, açaí e buriti que apresentam várias finalidades benéficas para o corpo como ação oxidante, hidratante, agregando benefícios destes frutos com a ação da cannabis.

A empresa hoje está em fase de agregar parcerias, pois, no momento, o investidor pode encontrar barreiras devido às questões legais no país, onde ainda há restrições no uso da cannabis. Por isso a Hempense, está em fase de buscar networking e conexão para expandir o negócio para fora do Brasil. A Espanha é um mercado que está no alvo, onde deve ser o primeiro ponto, por ser juridicamente seguro, e tem regulamentação sobre venda de produtos com a planta. 
 
No Bossa Summit, Mônica se sentiu acolhida e animada, pois foi um lugar que pode desmistificar a planta e falar sobre os benefícios do seu produto sem preconceitos. 

"Às vezes a gente vem com receios... Mas, aqui, não não encontrei esse, digamos, preconceito da população, muito pelo contrário. Eles vem assim buscando mais informações que é exatamente o nosso objetivo. A gente vê que essa barreira, ela já tá sendo quebrada, principalmente, nesse ambiente aqui de inovação de empreendedorismo. É um ambiente muito legal para estar aqui apresentando e tentando buscar parceiros, fazendo networking", finalizou.

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