Polícia localizou em Portugal bebê levado do Brasil por acusado de tráfico humano
Recém-nascida estava em Valongo com companheiro do português preso pela PF na Operação Deverra e passa bem
Ricardo Brandt
A polícia em Portugal localizou em Valongo, na região metropolitana da cidade do Porto, nesta 3ª feira (5.dez), a bebê que foi retirada do Brasil de forma criminosa em outubro, em um esquema de tráfico internacional de crianças investigado pela Polícia Federal. Ela foi encaminhada para um casa-abrigo e autoridades iniciaram tratativas para seu retorno ao país.
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A bebê estava na casa de um empresário de 44 anos, que seria companheiro de Márcio Mendes Rocha, de 49 anos, português que foi preso na Operação Deverra, da PF, na 2ª feira (4.dez). O investigado pasará por audiência de custódia hoje, na Justiça Federal, em Campinas (SP).
A recém-nascida, agora com três meses de vida, foi registrada ilegalmente em nome de Rocha, que a levou do Brasil. As investigações da PF começaram na última 5ª feira (30.nov), quando o Ministério Público Estadual de São Paulo comunicou as suspeitas de tráfico humano, após o português registrar em seu nome um segundo bebê que nasceu na Santa Casa de Valinhos (SP).
O Grupo de Repressão a Crimes contra Direitos Humanos da Delegacia de PF, em Campinas, descobriu que Rocha também havia registrado como filha a menina localizada em Portugal, que também nasceu na Santa Casa de Valinhos. O segundo bebê ainda está no hospital.
"A Polícia Federal constatou que esses registros de paternidade se deram por uso de documentos falsos perante a Justiça Estadual, em juízos diferentes, acompanhados de pedidos de guarda unilateral dos bebês, o que lhe permitiria sair do país sem anuência da mãe", informou a PF, em nota da Operação Deverra.
A PF apreendeu US$ 11 mil e 6 mil euros em um escritório de advogacia, em Itatiba (SP), que teria elaborado os pedidos de guarda em nome do português. Rocha, ouvido informalmente por policiais, na 2ª feira, afirmou que não venderia as crianças, mas sim, ficaria com elas.
Os alvos são acusados de crimes de tráfico internacional de crianças, registro falso, "promoção de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro", entre outros delitos, "podendo a pena ultrapassar 18 anos" de prisão.
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