PM que teve filho acusado de racismo tenta prender mãe de vítima
Caso ocorreu em reunião de pais de escola em Curitiba (PR). Agente chegou a dar voz de prisão à mulher por suposto desacato
Primeiro Impacto
Mais uma cena de abuso de autoridade e violência policial foi registrada, dessa vez envolvendo a Polícia Militar do Paraná, em uma escola da capital Curitiba.
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Durante uma reunião entre pais de estudantes, para tentar solucionar um crime de racimo dentro do colégio, um PM ameaçou algemar a mãe de um jovem que sofreu racismo por parte do filho do militar.
Um dos alunos foi ofendido pelo colega. O pai do agressor, que é o policial, resolveu dar voz de prisão à mulher. Um vídeo mostra a confusão dentro do colégio estadual. O PM, pai do aluno que teria cometido racismo, alegou que a mulher cometeu "desacato", mesmo sem ela nada fazer para ser detida.
"Eu vou algemar a senhora , eu vou algemar a senhora, não para com isso, não", ameaçou o PM e pai do aluno denunciado por racismo
A reunião foi convocada pela direção da escola após a denúncia do caso de racismo cometido pelo filho do sargento da PM. Segundo a mãe, a instituição temeu a reunião, já que os pais sabiam que o pai do aluno denunciado é um militar. O temor se mostrou verdadeiro, com a cena de abuso de autoridade.
"O meu filho é representante do Coletivo Preto e havia dado uma palestra na sala do filho desse policial. E meu filho e o filho do policial discutiram. É quando meu filho chamou o filho desse policial de racista. E a diretora tentou apaziguar a situação e chamou a reunião", relatou a mãe.
O policial foi fardado e armado a uma reunião pedagógica. Ainda de acordo com a mãe do rapaz ofendido, a direção da escola solicitou que o agente não levasse a arma ou estivesse com o fardamento ou que, se estivesse com o revólver, que ficasse escondido.
Os envolvidos foram encaminhados à delegacia. O PM fez boletim de ocorrência por desacato, enquanto as vítimas alegaram o abuso do agente. Em nota, a Polícia Civil afirmou que vai investigar a denúncia das duas partes.
A Secretaria de Educação afirmou que oferece apoio às vítimas do racismo e do abuso de autoridade. Já a Secretaria de Segurança disse que a PM abriu um procedimento administrativo para apurar a conduta do agente.
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