Facções gaúchas criam "consórcio" para trazer maconha do Paraguai
Operação da polícia contra o esquema prendeu 15 pessoas, incluindo um ex-vereador
Luciane Kohlmann
A polícia realizou nesta 2ª feira (12.dez) uma operação contra facções criminosas do Rio Grande do Sul que trabalhavam em conjunto e criaram uma espécie de "consórcio" para trazer maconha do Paraguai. Ao todo, 15 pessoas foram presas, suspeitas de participação no esquema. Entre elas, um ex-vereador.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Manoel D'Ávila, ex-vereador de Cachoeirinha, na Grande Porto Alegre, seria o responsável pela falsa instituição social, que estaria a serviço do tráfico.
A investigação descobriu que sítios eram usados para descarregar a droga. Para garantir a vinda de seis toneladas de maconha por mês para o Rio Grande do Sul, criminosos de diferentes facções trabalhavam em conjunto. A carga vinha do Paraguai para o Brasil.
"Esse serviço de descarregar o caminhão era feito no turno da madrugada, muito rápido, já haviam homens contratados pra descarregar, e na manhã seguinte já não havia mais droga neste local", afirma o delegado Gabriel Borges.
As toneladas de maconha eram transportadas em meio a cargas de milho e de açúcar para despistar a polícia, e os caminhões trafegavam com escolta.
"Esse grupo é o grupo responsável pela maior distribuição de maconha no estado do Rio Grande do Sul e com isso eles geravam um lucro ilícito extremamente alto", diz o delegado.
Nos últimos dois anos, esse consórcio teria movimentado mais de R$ 100 milhões. Os traficantes lavavam o dinheiro obtido com a venda de maconha com a compra de carros de luxo e até de pedras preciosas. A operação desta 2ª feira apreendeu esmeraldas, avaliadas em R$ 300 mil.
"As esmeraldas estão sendo esparramadas Brasil afora para essa troca por entorpecentes e pra distribuição maciça. Eles pegam o dinheiro em espécie e fazem esse afastamento utilizando sistema bancário, valores imobiliários, criptomoedas, a compra de esmeraldas, os veículos, as lanchas", afirma o delegado Adriano Nonnenmacher.
Leia também: