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Economia

Sem CadÚnico, moradores de rua enfrentam dificuldade para pedir o Auxílio Brasil

Cerca de 275 mil brasileiros vivem nas ruas, mas 30% deles não possuem os documentos necessários

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Para os 275 mil brasileiros que vivem nas ruas, o Auxílio Brasil teria uma função decisiva no começo de uma nova vida. O problema é que 30% dessas pessoas não têm o Cadastro Único -- o que impede que recebam o benefício.

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"Um falava que não podia fazer porque ela não está na escola, só no ano que vem ela vai estar estudando, outros falam que eu estou na rua, estou sem documento. O pessoal fala muita coisa e a gente fica sem informação", diz a carroceira Ariane Bispo de Oliveira, ao lado da filha.

André Luiz Freitas Dias, professor e pesquisador da UFMG, sugere ações do governo: "o que o Ministério da Cidadania deve fazer, imediatamente, é o que já está previsto em todas as normativas do CadÚnico (corta) a realização de ações itinerantes, de mutirões, de buscas ativas, de visitas técnicas nos territórios para que essas pessoas possam ser encontradas".

O benefício é para famílias com renda per capita de até R$ 210. Um integrante fica responsável por cadastrar e apresentar o documento de todos. Pode começar pela internet ou diretamente nos postos de atendimento das prefeituras, ou nos Centros de Referência de Assistência Social, onde é feita uma entrevista, parece simples, mas nem sempre é.

"Tenho Cadastro Único, mas até agora não recebi nada ainda. Vou lá, reclamo com eles, volto lá de novo, e até agora não deu em nada", afirma Mara Lúcia Mendes.

Depois de sobreviver 13 anos na Cracolândia, no centro de São Paulo, Renata Cristina dos Santos está em processo de reabilitação. Ela conseguiu o auxílio e já sonha. "Alugar uma casa e pegar minha filha. Ana Clara, vou te buscar", disse chorando.

O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, define o papel do benefício: "é uma forma de uma sociedade redistribuir a sua riqueza e diminuir a desigualdade, isso é fundamental para que todos tenham condições de vida".

Questionado, o Ministério da Cidadania alegou que são os municípios os responsáveis por cadastrar as pessoas e aplicar o benefício. A prefeitura de São Paulo disse que está analisando o caso de dona Mara Lúcia Mendes.

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