Torcedor que diz ter sido agredido por PMs presta depoimento em Porto Alegre
Rai Duarte está internado há 75 dias

Luciane Kohlmann
Um torcedor do Brasil de Pelotas -- que se recupera há dois meses e meio de um possível espancamento por policiais militares -- prestou depoimento, nesta 5ª feira (14.jul), à Corregedoria da PM e ao Ministério Público (MP). Rai Duarte também conversou com o SBT Brasil.
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Uma estrutura especial foi montada dentro deste hospital de Porto Alegre onde Rai Duarte está internado há 75 dias. Em pouco mais de uma hora, o torcedor do Brasil de Pelotas falou sobre as agressões com as autoridades. "Estou convicto das minhas palavras e eu espero que seja feita justiça, porque foi uma brutalidade o que fizeram comigo", pontuou.
No dia 1º de maio, PMs retiraram Rai de um ônibus de excursão. Ele conta que foi levado para dentro do Estádio Passo d´Areia, em Porto Alegre, onde havia acontecido uma briga entre torcedores do São José e do Brasil de Pelotas. Rai garante que não estava na confusão e acha que apanhou por criticar a abordagem policial.
"Eu achei que ia morrer. Eu achei que iam me matar", falou o torcedor. Naquela noite, o grupo foi levado pela polícia para o hospital. Imagens mostram quando Rai entra caminhando com um pouco de dificuldade e logo aparece desacordado em uma cadeira de rodas. A hemorragia interna foi resultado de uma sessão de tortura, dentro do estádio, segundo o torcedor.
"Vários me agrediram. Não foi só um não. Foram cinco, seis", afirmou. As declarações de Rai Duarte são consideradas decisivas para a conclusão do inquérito que investiga a violência sofrida pelos torcedores. Dos 17 policiais envolvidos na abordagem, 11 estão afastados das funções enquanto o caso é investigado. Os demais foram transferidos para outros batalhões.
Depois de quatro cirurgias, Rai está na reta final da recuperação. "Mês que vem talvez vá para cirurgia e, em seguida, eu acho que a gente vai embora", disse. Acredita que, quando voltar para casa, "vai ser muita alegria. Vai ter muita festa". Segundo ele, "vai ter até carreata".
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