Ataques na Ucrânia aumentam tensão entre país e Rússia
Autoria dos atentados ainda não foi identificada. Estados Unidos voltam a afirmar que Rússia vai atacar Kiev

SBT Brasil
Ataques registrados no leste da Ucrânia aumentaram a tensão no país nesta semana. Mas a autoria das ações segue incerta: o governo do local e rebeldes separatistas, que têm o apoio russo e dominam a região, trocam acusações sobre a autoria dos atentados. Líderes separatistas de Donetsk, inclusive, decidiram enviar parte da população para a Rússia. Também fizeram pedido para que a comunidade internacional condene os ataques do exército ucraniano.
Segundo o governo ucraniano, uma escola, que está no território do país, foi bombardeada pelos separatistas apoiados por russos. As milícias teriam apoio do país de Putin ao menos desde 2014. Nos últimos meses, mais de 700 mil pessoas da região passaram a ter a cidadania russa.
A União Europeia aponta que os incidentes desta semana podem ser usados como argumento da Rússia para justificar um ataque à Ucrânia. O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou a classificar a situação como "preocupante". Já o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, afirmou que é provável que haja um ataque nos próximos dias ou semanas. Na noite de 6ª feira (18.fev), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o país acredita em um ataque russo à Ucrânia nos próximos dias, e afirmou que a "Rússia vai pagar um preço alto por invasão à Ucrânia".
Em Munique, na Alemanha, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, encontrou-se com os líderes dos países bálticos: Letônia, Estônia e Lituânia, que também fazem fronteira com a Rússia, em uma conferência de segurança, que discutiu a atual crise. O secretário-geral da ONU, António Guterres apontou que o cenário é mais complexo e com mais ameaças que nos tempos da Guerra Fria.
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Tudo isso acontece a poucas horas do início dos testes com mísseis russos que podem ser equipados com armas nucleares. Será parte dos exercícios militares que acontecem em Belarus. E para dar um peso ainda maior nessa demonstração de força, em um momento tão emblemático, o próprio presidente Vladimir Putin decidiu ir ao país para comandar pessoalmente esses testes.
Nesta 6ª feira (18.fev), ele recebeu o presidente de Belarus em Moscou. "Estaremos juntos amanhã", disse o russo. Aliado de Moscou, o ditador Alexander Lukashenko, presidente bielorrusso, ofereceu seu país para guardar armas nucleares e afirmou que as tropas russas podem ficar por tempo indeterminado no território.
Por outro lado, os Estados Unidos anunciaram o envio de mais tanques e aviões de guerra para a Europa, além de reforçar estar do lado ucraniano. O país também alegou que a Rússia não deu sinais de retirada das tropas. Os números de militares no local podem chegar a maior concentração desde a Segunda Guerra Mundial.