Aplicativo pode diagnosticar Alzheimer 10 anos antes dos primeiros sintomas
Desenvolvido com tecnologia de inteligência artificial, o sistema realiza uma série de testes de memória e de cognição para detectar traços da doença
Aplicativo pode diagnosticar Alzheimer 10 anos antes dos primeiros sintomas
SBT News
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Uma nova ferramenta promete revolucionar o tratamento do Alzheimer. Desenvolvido na Suíça, um aplicativo tem auxiliado médicos a fazer um diagnóstico precoce da doença, possibilitando, assim, retardar o aparecimento dos sintomas.
"Foi-se aprimorando a tecnologia de forma que o sistema consegue fazer uma avaliação de muitos parâmetros ao mesmo tempo. O médico pode fazer o apropriado acompanhamento desse paciente, fazendo mudanças de hábitos, fazendo adequações na vida desse paciente, para que ele prorrogue ou evite que a doença venha a surgir", explica o sócio-diretor da empresa responsável pela implementação do sistema no Brasil.
O teste pode ser feito com um tablet ou um celular. O aplicativo analisa todos os movimentos do paciente, inclusive a maneira como o aparelho é empunhado. O exame é realizado em cerca de 10 minutos e, segundo o desenvolvedor, pode ajudar na detecção da doença até dez anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas do Alzheimer.
Ao longo da avaliação, o paciente passa por uma espécie de check-up do cérebro, por meio de uma bateria de testes de memória e de análises cognitivas.
O neurologista e professor da Universidade de São Paulo, Renato Anghinah, ressalta que quanto mais cedo é feito o diagnóstico da doença, melhor é a qualidade de vida do paciente.
"Não vou conseguir mudar o curso da doença, mas certamente vou conseguir dar um curso de vida melhor para aquele paciente. Você ter um equipamento que possa te alertar que alguma coisa está acontecendo com aquele indivíduo, faz com que tenha mais recursos para agir precocemente", explica o especialista que também coordena o Grupo de Reabilitação Cognitiva do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O Alzheimer atinge mais de 1,2 milhão de brasileiro. A forma mais comum da doença está relacionada ao envelhecimento do cérebro, e a chance de desenvolvê-la duplica a cada cinco anos depois dos 60 anos e passa da metade nos indivíduos acima dos 80 anos: de 5% a 15% de chances entre idosos de 60 a 70 anos e de 50% a 70% em pessoas acima dos 80 anos.