Pesquisadores brasileiros desenvolvem composto químico com potencial contra Alzheimer
Testes iniciais realizados em camundongos tiveram resultados positivos; grupo busca parceria para avançar pesquisa com humanos


Camila Stucaluc
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo, desenvolveu um composto químico com potencial para tratamento da doença de Alzheimer. Testes pré-clínicos com camundongos obtiveram resultados promissores, publicados na revista científica ACS Chemical Neuroscience.
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Atualmente, as alternativas disponíveis contra o Alzheimer conseguem intervir na evolução da doença, mas de maneira limitada, apenas retardando a perda cognitiva de forma modesta. Os novos compostos, por sua vez, podem ser capazes de degradar as placas beta-amiloides que se acumulam no cérebro de pessoas com Alzheimer.
Segundo o estudo, o diferencial dos compostos está em atuarem como um quelante de cobre, isto é, uma molécula capaz de se ligar ao elemento metálico presente em excesso nas placas de beta-amiloide, promovendo sua degradação e, com isso, reduzindo os sintomas da doença. Nos testes realizados em camundongos, o composto químico minimizou a perda da memória e a dificuldade de noção espacial e de aprendizado dos roedores.
Além dos resultados comportamentais, os testes mostraram que o composto não foi tóxico em culturas de células do hipocampo nem nos animais, cujos sinais vitais foram monitorados ao longo do experimento. Simulações computacionais confirmaram a capacidade do composto de atravessar a barreira hematoencefálica (que protege o cérebro) e atuar diretamente nas áreas afetadas.
Agora, com os resultados, os pesquisadores buscam parcerias com empresas para iniciar os testes clínicos em humanos.
O que é Alzheimer?
A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada.
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Até o momento, o Alzheimer não possui cura ou forma de prevenção específica. Médicos acreditam, contudo, que manter o cérebro ativo e uma boa vida social, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença. Entre as atividades recomendadas estão:
- Estudar;
- Ler;
- Fazer exercícios de aritmética;
- Jogos inteligentes;
- Atividades em grupo;
- Não fumar;
- Não consumir bebida alcoólica;
- Ter alimentação saudável e regrada;
- Fazer prática de atividades físicas regulares.









